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Roberto Carlos fazendo frete sem se arriscar na banguela???... Já fizeram essa cilada no especial de 1984, Bino... |
O “Roberto Carlos Especial”, de 1995, exibido na ocasião em 21 de dezembro, foi o segundo a ser dirigido por Jorge Fernando, que não só apenas homenageou os 30 anos da Jovem Guarda, contados a partir da estreia do programa apresentado por Roberto na TV Record, como fez a releitura de especiais anteriores, inclusive o que foi dirigido pelo próprio Jorginho em 1993, pois ele tem início com um mosaico de cenas do Rei nos especiais mostrados pela Globo desde 1974, uma ideia que nem era tão original assim, pois também foi usada na abertura do programa de 1987, e em 1992, a título de homenagem a Augusto César Vannucci - começando com a bolinha da Globo sob fundo preto, "Rede Globo apresenta", correria do Rei no filme “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura”, no palco no mesmo filme, na moda dos anos 1960, cantando nos especiais de 1974 e 1975, pingente de trem em 1976, no palco em 1978, na Catedral do Rio em 1979, no Anhembi em 1980, no terraço em frente a Marina da Glória em 1981, de Carlitos e Caubói em 1982, dançando no palco em 1984, cantando com Ultraje a Rigor em 1985, no trem em 1986, no Teatro Fênix em 1987, na mesa de bar em 1989, as flores em 1991, o blazer amarelo de 1992, carrinho de batida em 1978, o terraço do Maksoud Plaza em 1987, o palco no Ibirapuera em 1983, a sede da ONU em 1980, cantando com Erasmo acompanhando no violão em frente ao caminhão em 1984, cantando “Jesus Cristo” com imagens do Cristo Redentor ao fundo em 1990, clipe repetido no “Globo Repórter” em 1991, Vitor Fasano na parte do especial de 1990 não mostrada pelo Viva, cantando ao lado do carrão em 1993, com o pessoal da Jovem Guarda em 1985, mais dancinha em 1984, fazendo faroeste em 1987, usando chapéu junto com Erasmo Carlos, o famoso e único dueto com Tim Maia em 1985, conversando sobre curiós com Rivellino em 1977... No final da miscelânea, aparece uma foto do cantor quando era bebê, e o título “Roberto Carlos Especial 95”, em letras azuis, ao som do instrumental de “Emoções”, o Rei se ajoelha diante de seu nome na calçada da fama de Miami, cena mostrada no “Globo Repórter” em 1991, o show de aniversário no cinema Universo, na região do Brás, em 1966, fogos no Mineirinho em 1994, a entrada no palco em Atlantic City, em 1988, “convidados especiais em ordem alfabética”, o Rei no terraço do Maksoud Plaza em 1989, com a torre da Globo na Paulista ao fundo, “Angela Maria”, o carrão vermelho no palco do Theatro Mvnicipal de São Paulo em 1993, “Daniela Mercury”, o show na Quinta da Boa Vista em 1989, “Deni e Dino”, agora a apresentação é em Brasília, sorrindo no especial de 1980, “Erasmo Carlos”, oferecendo flores em 1985, agradecendo ao público no Maracanãzinho em 1984, “Ed Wilson”, ganhando selinho da fã que comparece no palco (!!!), “Jerry Adriani”, desfilando pela Unidos de Cabuçu em 1987, “Lilian”, sorrindo na década de 1960, suave na nave do parque de diversões em 1978, “Martinha”, close na mão cumprimentando uma fã, desembarcando de um avião Cessna com o mesmo boné do clipe de “Caminhoneiro” que será exibido em seguida, de paletó rosa em 1994, cantando em 1975, oferecendo flores em 1994, “Os Fevers”, cantando na chegada do Papai Noel no Maracanã em 1981, de flor vermelha na lapela na região dos Arcos da Lapa em 1981, “Os Incríveis”, afagando um menino de boné num barril que não é o Chaves em 1982, “Os Vips”, tocando piano vestido de Carlitos no mesmo ano, palmas da plateia em 1994, “Waldirene”, pingente da Santos-Jundiaí em 1976, “Wanderléa”, no “Som Brasil Exportação”, “Wanderley Cardoso”, correndo na autopista do parque Tivoli em 1978, “participação especial Glória Maria”, comparecendo no palco do Anhembi em 1980, o público do Maracanãzinho de novo, saindo do carrão em 1993, prosseguindo com as parcerias, Djavan em 1983, Gal Costa em 1986, Moreira da Silva em 1976, Chacrinha em 1981 – prévia do retorno do Velho Guerreiro a Globo – Xuxa em 1990 – no último especial mostrado pelo Viva em 2024 – Ayrton Senna em 1988 – cena que ao entrar na Globoplay, caiu no YT – Simone em 1989, Kátia em 1988, Fagner em 1991, Caetano Veloso em 1992, Chitãozinho e Xororó em 1991, José Augusto em 1990, Regina Casé em 1993, Fernanda Abreu e Márcia Bulcão da Blitz em 1984, uma para cada beijo na bochecha (!!!) – sendo que a parte do bar do especial daquele ano ganhou “remake” em 1995 – Fafá de Belém em 1991, Tom Jobim em 1976, Chico Buarque em 1993, Wanderléa em 1990 – escolha da imagem com o dedo do diretor, como veremos mais adiante – Erasmo Carlos em 1992, vide imitação de vitral, fazendo as vezes do maestro em 1994, cantando de Carlitos em 1992, o sol de lasers em 1987, o cachimbo em 1979, a criançada na ONU em 1980 – a versão em francês de “A Guerra dos Meninos”, em 1982, ficou de fora, cantando em 1987, banquinho e violão em 1993, os discos do Rei voam pela tela, inclusive o da praia, que Régis Tadeu aprecia tanto (!!!), as montanhas de neon no Maracanãzinho em 1984, e nem lembraram do Roberto para a abertura dos Jogos de 2016, tocando gaita em 1988, papo reto em 1984, “parando o casamento” nos anos 1960, palmas em 1994, gesticulando em 1980, aborrecido na década de 1960, imitando Elvis em 1977, abrindo o jogo em 1994, dancinha em 1994, com o Edson (OG) em 1997, mais uma cena de 1980, as imagens aceleram e chegamos ao logotipo do especial, “RC94” – insistimos, Jorge Fernando fez a mesma coisa com projeções no palco do Mvnicipal na abertura do especial de 1993, a diferença é que não teve imagens aéreas antes, uma cena quase obrigatória todos os anos, inspirada no voo pelo Rio de “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura”, de 1968... Corta para a estrada que corta o vale, “criação e direção geral Jorge Fernando”, surge um possante caminhão Scania azul bebê com faixas em tons sulferinos, a caçamba coberta por uma lona que também encobre a marca do produto, a carreta é focalizada de vários ângulos, Roberto Carlos troca a marcha e canta “Caminhoneiro”, e apesar de não ter o nome dela no para-choque e tampouco a foto no painel, não é um sonho, como no especial de 1984, tanto que Erasmo Carlos não comparece vestido de caubói, fugindo de indígenas, “sino” dirigindo uma van, hoje seria uma SUV, seguindo a música, assim como Wanderléa ao volante de uma picape verde de cabine dupla, agora os três cantam em coro, Roberto de boné preto com um monograma bordado – Wanderléa de casaco de couro vermelho e Erasmo de jaqueta jeans, e os três veículos encontram-se em uma lanchonete decorada no estilo “American Graffitti”, dos anos 1950 nos Estados Unidos, provavelmente situada à beira da estrada, possivelmente por acaso e certamente mais em conta que um posto da rede Graal, digo – o programa começa com o cavalo de pau que os especiais deram com “Caminhoneiro”, uma guinada em direção ao “pop” e ao sertanejo, até o roteiro é parecido, só não tem a Simony pedindo carona na estrada nem a Blitz tocando na lanchonete de “Loucuras de Verão”... Alis, Erasmo, Roberto e Wanderléa entram no estabelecimento, o Rei comenta, “tava pensando em vocês, agora”, O Tremendão observa, “essa estrada está parecendo o filme da gente”, Roberto saca, “O Diamante Cor-de-Rosa, né, bicho”, o trio senta-se no balcão da lanchonete, onde estão posicionados os microfones para aquilo que hoje seria uma “live” no YT, a Ternurinha recorda-se do filme, “saudades né, de Israel, Japão, lembram, o máximo”, o Rei também lembra e pede, “muitos lugares, baixa aí o telão, bicho, pra gente dar uma olhada nos amigos que são tão importantes na vida da gente”, na tela, situada a esquerda de uma vitrine com discos de ouro, jaqueta, guitarra e fotos”, surgem imagens em preto e branco, Wanderléa fala, “no início de carreira, Jair de Taumaturgo”, Roberto menciona “José Messias” – nessa época já jurado dos programas de Raul Gil, ele que criou o quadro do chapéu para o Almoço com as Estrelas, Erasmo cita Luiz de Carvalho – “Luiz de Carvalho”, a Ternurinha acrescenta, “Antonio Aguilar, de São Paulo”, o Rei continua, “Luiz Aguiar”, o Tremendão cita, “Chacrinha” – apresentando o “Cassino do Chacrinha” na Globo – Roberto menciona, “bem no começo, Carlos Imperial, bicho” – entrevistado pelo “TV Mulher”, Erasmo finaliza, “Isaac Alves”, o Rei está de acordo, “é verdade, e as primeiras músicas no início, né”, Wanderléa também, “era demais, né”, e a “troika” da Jovem Guarda canta “O Calhambeque”, de 1964, entre taças de sorvete e garrafas azuis, com acompanhamento de guitarras, Wanderléa vai de “Pare o Casamento”, de 1966, olha a gaitinha de novo, Erasmo pergunta, “e você lembram daquele símbolo sexual da Jovem Guarda, entrando, enfeitiçando o coração das meninas???, eu!!!”, Roberto ri litros, a Ternurinha nem tanto, “ah, é mesmo, o Tremendão, essa é demais”, acompanhando o Tremendão em “Você Me Acende”, de 1966, “Meu bem, meu bem, toda vez que eu te vejo, anhan!!!, meu bem!!!, mais aumenta o meu desejo, anhan!!!, me acende com teu beijo, uh!!! uh!!! uh!!! uh!!! Uh!!! uh!!!, me acende”, o “uh-uh” faz o Rei cair na risada de novo, “eu ria tanto quando ele cantava isso, cada vez ele fazia de um jeito, uh,uh, uh,uh”, o Tremendão garante, “era ousado pra época”, Wanderléa confessa, “é realmente, eu não podia imaginar que depois de trinta anos estaria assim tão presente no coração do povo brasileiro, lembrando esse acervo enorme que vocês deixaram aí”, Erasmo intervém, “que bom, né, Léa, que bom ver as novas gerações surgindo e aprendendo as músicas”, Roberto dá seu pitaco, “e gravaram de formas completamente diferentes, eu vinha de lotação com ele, a gente vinha de uma festa, e aí ele falou, bicho, estou fazendo a versão de uma música aqui, bem que você podia gravar, eu já tinha gravado um disco na época, e gravei, Splish, Splash”, do disco de 1963, original de Bobby Darin, versão de Erasmo Carlos, gravada pelo Rei e cantada ali mesmo no balcão, e tome gaita, olha o “yeah!!!” de Wanderléa, que depois de arriscar uma coreografia, diz, “essa foi a primeira, né, na chegada a São Paulo”, o Tremendão lembra, “eu sei que depois que você fez Susie” – composição que Roberto gravou num compacto em 1961 – “e que eu fiz essa versão do Splish Splash é que a gente descobriu que a gente tinha coisas em comum e poderíamos compor juntos” – o Rei concorda, “é verdade, é verdade” – “e partimos pra primeira composição, Parei na Contramão”, de 1963, Roberto repete, “Parei na Contramão”, a Ternurinha relembra, “depois vieram as baladas, Ternura, pintou o Foi Assim”, agora é Erasmo quem repete, “Foi Assim”, eles acompanham no violão ela cantando a música de 1967, incluída na trilha sonora da novela “Rainha da Sucata”, em 1990, por acaso com direção de Jorge Fernando, Erasmo curtiu, “barulho de público, éééééé!!!, infelizmente, as meninas da época a gente chamava de gatinhas, né, porque isso hoje em dia continua sendo gatinhas”, Wanderléa interrompe, “e agora tem os gatões”, Erasmo faz um reparo, “mas nosso negócio eram as gatinhas e continua sendo, que fique bem claro isso, tá”, Roberto volta a rir litros, o Tremendão ataca de “Gatinha Manhosa”, de 1965, “um dia, gatinha manhosa, eu prendo você, no meu coração, quero ver você, fazer manha então, presa no meu coração, quero ver você”, a Ternurinha não se decide entre rir, fazer “backing vocal” ou chorar, colocando mais uma recordação para jogo, “você sabe que eu adoro, eu me lembro assim, um momento máximo, bonito da gente, quando Roberto estourou com Não Quero Ver Você Triste”, do disco Roberto Carlos Canta para a Juventude, de 1965, Roberto não pega a deixa e ri, Wanderléa vocaliza a parte da gravação que o Rei assobia, esperando que ele sussurre a letra, “vai, Roberto, faz, só um pouquinho”, lá vem ele, “o que é que você tem???, conta pra mim, não quero ver você triste assim, não fique triste o mundo é bom, a felicidade até existe”, Erasmo acompanha com o violão, porém Roberto para de cantar, “não sei, não lembro mais a letra”, Wanderléa o socorre com um trecho inventando, “sorria por favor, pela esperança”, o Rei lembra de assobiar e a cantora vocaliza junto, afinal, estamos falando da música que é a “Patience” brasileira, digo, vide elogio do Tremendão, “que gorjeio, que beleza”, a Ternurinha comenta, “deixamos tantas alegrias”, Roberto traz mais uma lembrança, “Roberto Farias, por exemplo, viu a Jovem Guarda e quis fazer um filme”, Wanderléa intervém enquanto são mostradas cenas de “Roberto Carlos e O Diamante Cor de Rosa”, de 1970, exibido pelo Viva em 2013, “o filme!!!, superlindo, atual demais”, o Rei fala, “é verdade, eu lembro da música que a gente fazia, que a gente cantava no final do filme”, nesse caso, “É Preciso Saber Viver”, creditada no fim do programa como “É Preciso Sobreviver”, lançada em disco em 1974, e sobra um tempinho para o Tremendão fazer a dança do robô cantar com o Rei e a Ternurinha “Festa de Arromba”, Wanderléa se levanta para dançar e abraçar Roberto, que manda um beijo para o público de casa – vários sucessos de Roberto Carlos na Jovem Guarda foram regravados por artistas do pop rock brasileiro no disco “Rei”, produzido por Frejat e lançado em 1994, porém “É Preciso Saber Viver” só seria gravada pelos Titãs em 1998, no álbum “Volume Dois”, versão incluída na abertura dos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro em 2016, no único momento em a inauguração da competição, repleta de referências à música brasileira, citou Roberto Carlos, que coisa, não, e Pancada ainda vez uma paródia, “é duro ser o ET”... Ops!!!... Entra a vinheta de intervalo, o Rei dentro das letras e números de “RC95”, que ficam prateadas no fim, na volta, um estúdio focalizado de cima a baixo, das luminárias do teto até as cadeiras onde estão Roberto Carlos e Glória Maria – lembrem que o Projac foi inaugurado em 2 de outubro de 1995, um par de meses antes do especial – a jornalista pergunta ao cantor, “Roberto, 36 anos de carreira, 38 discos, mais de 75 milhões de discos vendidos no mundo inteiro, quer dizer, de ano pra ano mudam os números, mas você sempre está lá, primeiríssimo absoluto, Roberto continua a ser o Rei, qual é o segredo, Roberto???”, o cantor responde a jornalista, “ah, eu não sei se existe um segredo não, Glorinha, sabe, a verdade é que eu tenho mesmo é que agradecer a Deus por isso, entende, não sei se existe um segredo, se existe eu não conheço, mas agradeço a Deus por tudo isso, agradeço, de verdade, agradeço a Deus por esse presente”, próxima pergunta, “Roberto, quem te conhece na intimidade, conta, bem assim baixinho, que você é um homem cheio de histórias, tem a história das superstições, pera aí, deve ser história mesmo, que deve ser brincadeira, pois eu acho que supersticioso você não é”, o entrevistado ri, “um pouquinho, mas não tanto quanto dizem, entende”, Glória se dá por satisfeita e vai para a questão seguinte, “Roberto, uma coisa que todo mundo quer conhecer é o Roberto apaixonado, quem é esse Roberto Carlos”, boa pergunta para o Rei, “é o mesmo das canções, entende, eu sempre digo que eu sou o que canto, né, eu, tudo o que eu sinto, tudo o que eu penso de um modo geral eu tô colocando nas canções que eu faço, com Erasmo, meu irmãozinho, meu querido amigo Erasmo, ahn, então, o Amante a Moda Antiga, ou vamos dizer, o religioso de Luz Divina, ou que canta Nossa Senhora, essas coisas todas eu só faço realmente, professor, eu só faço realmente, professor, o que sinto, e só canto realmente, professor, o que sinto”, Glória vai em frente, “daonde você tira força, inspiração, na hora que você tem que fazer uma música ligada a fé, ligada a religião???”, Roberto fala, dando uma olhadinha nos refletores, “normalmente, durante o ano, às vezes, em algum momento de meditação, reflexão, é, sempre penso em alguma coisa a respeito a Deus, a Jesus, a Nossa Senhora” – pigarreia – “as coisas, as coisas santas, Nossa Senhora foi uma música que eu fiquei uns, ora, eu acho que dez anos pra fazer” – “é mesmo???”, admira-se a repórter – “eu sempre pensava em fazer uma música pra Nossa Senhora, falando de Nossa Senhora, né, e sempre, como é que eu vou fazer falando de Nossa Senhora, como é que eu vou fazer, comentávamos Erasmo e eu, entende, a gente pensava e tudo, mas sempre ficava pro ano que vem, a gente fazia outa mensagem, a gente fez Luz Divina, né, e até que de repente, uma vez o padre Moraes falou, você tem que fazer uma canção pra Nossa Senhora do Brasil, porque é a paróquia da igreja ali pertinho de casa, Nossa Senhora do Brasil, né, e aí, e uma vez eu fui a São Paulo, a igreja Nossa Senhora do Brasil de São Paulo, e aí o padre, você precisa fazer uma música para Nossa Senhora, você tem feito muitas canções pra Jesus e pra Deus, precisa fazer pra Nossa Senhora, eu falei, uma hora dessa eu vou fazer” – o cantor ri, a jornalista observa, “ainda mais Nossa Senhora do Brasil, é mais do que na hora” – “pois é, e aí de repente, naquele ano mesmo, eu comecei a pensar nisso, como seria, e comecei pelo refrão, Nossa Senhora, me dê a mão, cuida do meu coração, da minha vida, do meu destino, do meu caminho, cuida de mim”, a repórter questiona, “Natal???, o que é o Natal pro Roberto Carlos???”, que responde, “Natal pra mim é a festa do nascimento de Jesus, entende, em nenhum momento eu me esqueço disso, mesmo com todas as festas, mesmo com todas as promoções, e propagandas, e comerciais especiais, a televisão lotada de comerciais de produtos e isso e aquilo, do comércio em relação ao Natal, tudo bem, essas coisas não vamos aqui discutir, o que eu gostaria é que todas as pessoas nunca se esquecessem, naquele momento, o Natal, que em primeiríssimo lugar, é o dia do nascimento de Jesus” – é a segunda participação de Glória Maria no especial, em 1991 ela dividiu com Cláudia Raia e o Rei a apresentação da parte não exibida pelo canal Viva, agora ela exerceu seu oficio entrevistando o Rei, “sino” não foi a primeira vez, Glória já fez uma entrevista com Roberto na edição especial do “Globo Repórter” que comemorou os 50 anos do cantor, apresentado em abril de 1991, praticamente um especial fora de época, pois incluiu a transmissão ao vivo de um show no Ginásio do Ibirapuera, até fizeram um cenário reproduzindo uma sala de estar para Glória entrevistar Roberto, neste especial, a cenografia de José Cláudio e Eliane Heringer foi mais minimalista, um estúdio quase vazio, o Projac novinho em folha, duas cadeiras e uma mesa enfeitada com um vaso de flores vermelhas, prontas para serem oferecidas... Ops!!!... Glória Maria tem mais uma pergunta, “Roberto, você diz que nos discos só existe o que você sente, o que tá no seu coração, agora você vem de Mulher de Óculos, quer dizer, você está apaixonado por uma, como é que é essa história”, Roberto Carlos ri litros e responde, “de repente, um dia eu tô no palco fazendo um show numa cidade, naquela cidade, especialmente não sei porque, eu vi muitas mulheres de óculos na plateia, era um lugar muito grande, óculos e binóculos, também muitos binóculos, eu brinquei, também fiz assim pra algumas, entende, e eu falei, puxa, quantas meninas de óculos aqui, e fiquei com aquilo na cabeça, quando eu saí, terminou o show, então eu falei, mulheres de óculos, por que não fazer uma música pras mulheres de óculos”, Glória fica curiosa, “sua namorada, Maria Rita, usa óculos???”, Roberto ri, “às vezes, para ver televisão”, a repórter aponta, “como você aprendeu tanto sobre óculos, você virou um especialista”, o cantor observa, “eu preciso dizer pras mulheres de óculos que os óculos são um charme” – Óticas Carol, corre aqui – e entra o clipe de “O Charme dos Seus Óculos”, lançamento do disco de 1995, “não tire esses óculos, use e abuse dos óculos” – comparado a outros clipes de músicas do Rei apresentados em especiais anteriores, este, dirigido por Rogério Gomes, mais conhecido como Papinha, o próprio, é revolucionário, desenhos de óculos, parecido com os grafismos das vinhetas do "Casseta e Planeta" e closes nos olhos sob as lentes, três silhuetas de mulheres, saia curta, saia comprida e short, ao lado do Rei de terno branco e uma nada discreta gravata florida, o trio fazendo pose, tirando e colocando óculos, Roberto implorando, “não tire esses óculos, use e abuse dos óculos”, mais silhuetas, mais óculos, mais olhos, foca no trio, o Rei implora mais uma vez, olha a piscadela, uma modelo negra, enfim, as crianças também usam, desenhos e silhuetas trabalhando forte, olha o solo de guitarra enquanto a mulher de verde faz o “test-drive” de um par de óculos, outros pares voam pela tela, não é “Vidio Xô”, mas tem as grandes “quatro-olhos” das novelas, Maria Zilda, Adriana Esteves, Renata Sorrah, Andréa Beltrão (em “Armação Ilimitada”...), Cláudia Raia, Isabela Garcia, mais Maria Zilda, Aracy Balabanian (como Dona Armênia...), Debora Bloch (na “TV Pirata”...), Regina Casé (em “Fogo no Rabo”...), mais Andréa Beltrão, Juliana Baroni – a própria – Aldine Miller, Louise Cardoso, o Rei pedindo de novo, o mundo vira um mosaico de closes de óculos, e pensar que, ao ver essa citação explícita de “Meus Amores da Televisão”, hoje em dia Rogério Gomes, que foi casado com Deborah Secco e Paolla Oliveira, é mais conhecido como diretor de novelas, também é o responsável por “Flora Encantada”, viu, Pancada???...
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Glória Maria realizando uma entrevista exclusiva com o Rei???... Ela havia feito no "Globo Repórter", em 1991... |
As cortinas do palco se abrem e Roberto Carlos abre o show numa casa de espetáculos na região da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, cantando “Emoções”, de 1981, obrigatória em todo especial desde então, começando a capela, a orquestra vem depois, luz azul no Rei, uma “dançadinha” para ganhar aplausos, foca na orquestra na hora do famoso “gemidinho” do final da canção, vem o “stand-up”, do alto de seu terno azul “estrelado”, “boa noite”, aplausos, “com a graça de Deus, esse nosso encontro se torna possível mais uma vez, muito obrigado a todos vocês”, palmas, o Rei começa o “pout-pourri” com “Outra Vez”, de 1977, fotos do cantor em diversas “Eras” aparecem no fundo do palco, saturaram a luz, não???, em seguida vem “Olha”, de 1975, e concluindo com “Proposta”, de 1972, Roberto ri, fazendo aquela pausa dramática no final, “eu te... proponho!!!” – o “medley” romântico não é uma novidade nos especiais, ao contrário, e já teve mais músicas incluídas, aqui a opção de Jorginho foi mais pela qualidade do que pela quantidade, sem perder de vista a meta de mais músicas por minuto... Vem o intervalo, Roberto Carlos retorna, sentado no banquinho, tocando violão, interpretando “Sua Estupidez”, do disco de 1969 (o da praia, Régis Tadeu), “meu bem, meu bem, você tem que acreditar em mim, ninguém pode destruir assim, um grande amor, não dê ouvidos à maldade alheia, e creia, sua estupidez não lhe deixa ver, que eu te amo” – é o precursor do “Acústico” da MTV, digo... Novamente em pé, Roberto Carlos canta “Detalhes”, de 1971, o palco estrelado como o paletó (!!!), farol alto iluminando o laquê do cabelo (!!!), pausa dramática no “por isso... de vez em quando você vai lembrar de mim” e para finalizar, uma resposta ao “não adianta nem tentar me esquecer”, “não” – essa lembra outro Rei, “eu sou o Jô Soares, sua piranha”, digo... Agora é a vez de uma canção do disco de 1995, “Amigo Não Chore Por Ela”, “amigo, não chore por ela, ela não merece esse pranto sofrido, ela não parou pra pensar um momento, pouco se importou com o seu sentimento, amigo, refaça a sua vida, que ela em outros braços tem outro carinho, ninguém traz de volta o passado chorando, num canto sozinho”, aqui tem trabalho forte nos gestos com as mãos, um elogio ao tecladista, movimentando o pedestal do microfone, “ai, ai, ai, ai, ai, ai não negue a realidade, se alimentando de lembranças, e sofrendo de saudade, ai, ai, ai, ai, ai, ai, se aquele sonho se desfez, a vida continua, o que passou, esqueça de uma vez” – muito depois de “Amigo” e muito antes de “Arrasta uma Cadeira”, digo... Baixa um telão no palco, Roberto Carlos explica, “obrigado, e a gente sempre nessa hora, a gente aproveita pra repensar, né, os momentos, as emoções, as alegrias, as coisas boas, é, só as coisas boas que a gente viveu nesse ano, é verdade, e graças a Deus a gente sempre chega à conclusão que o amor é a coisa maior, e que existe esse amor que pode fazer esse mundo melhor, acredite, e que essa chama continue acesa, no nosso coração, no nosso amor, que vai melhorar o mundo, na verdade, o que a nossa terra precisa é que viva em perfeita harmonia com os outros, com todos aqueles que habitam esse planeta, aparecem imagens de baleias e outros animais marinhos no telão, então é por isso que o Rei vai de “As Baleias”, lançada no especial de 1981, "não é possível que você suporte a barra" no final, quando a baleia mergulha de cabeça mostrando o rabo (!!!) – e o telão se adequa à letra que diz, “seus netos vão te perguntar em poucos anos, pelas baleias que cruzavam oceanos, que eles viram em velhos livros, ou nos filmes dos arquivos, dos programas vespertinos de televisão”, Projeto Fragmentos da Globoplay, corre aqui...
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Uma reunião de turma da Jovem Guarda???... Aconteceu em 1985, nos 20 anos, repetiram nos 30 anos, em 1995... |
Na volta do intervalo, após a vinheta “RC95”, Roberto Carlos cita a si mesmo, “como é grande o meu amor por você, é com essa frase que eu quero chamar essa pessoa maravilhosa, essa artista, essa cantora incrível, que eu tenho esperado há algum tempo no nosso programa, Daniela Mercury!!!”, que comparece de casaco e calça brancas, top preto, trazendo um abraço e uma dedicatória, “pra você, Roberto!!!”, cantando outra faixa do disco “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, de 1967”, “Eu Sou Terrível”, coreografia incluída, “obrigada!!!”, com mais um abraço real no final – o “há algum tempo” do Rei faz sentido, Daniela Mercury despontou nacionalmente, sem contar as apresentações no “Show Maravilha” do SBT, após um show que superlotou o vão livre do MASP, em São Paulo, em 1995, a “axé music” já trazia uma nova leva de artistas, inclusive o É o Tchan, que ainda se chamava Gera Samba... Roberto Carlos diz, “hoje é dia de Jovem Guarda, né, o meu amigo, como é que era mesmo???, o meu amigo, mas era desse lado que eu fazia, mas eu sei fazer desse lado, o meu amigo Erasmo Carlos”, repetindo o clássico gesto de apontar a chegada do Tremendão, Erasmo, de preto e camiseta dourada, também tem seu movimento típico, bater a mão no peito para fazer as batidas do coração, além do abraço e do beijo na testa de Roberto, e vai de “Minha Fama de Mau”, de 1965, que virou livro em 2012 e filme em 2019, trabalhando forte no “e digo não, digo não, digo não, não, não”, no finalzinho, o Rei faz uma surpresa, trazendo Wanderléa ao palco, explicando, “a Festa de Arromba é o retrato cantado da Jovem Guarda, um retrato que a gente pode fazer a qualquer momento, uma fotografia que a gente pode tirar agora, e todas as vezes que alguém estiver no palco cantando essa canção, e tiver diante de si, uma plateia como essa, a plateia que nós temos hoje, com esses artistas maravilhosos, fantásticos, incríveis, que fizeram da Jovem Guarda o que ela é será sempre, Os Fevers, onde estão os Fevers???” – o grupo que gravou “Pra Cima, Pra Baixo” em 1978 deixa a plateia e comparece no palco – “ali estão os Feveres”, Erasmo Carlos anuncia, “Jerry Adriani!!!”, Wanderléa chama o xará, “Wanderley Cardoso!!!”, Roberto prossegue, “Wanderley, Lilian!!!, Lilinha!!!”, Erasmo chama, “Ed Wilson!!!”, o Rei repete, “Ed Wilson!!!”, ele e a Ternurinha anunciam, “Deni e Dino!!!”, só Roberto agora, “Valdirene!!!” – “eu sou a garota papo firme que Roberto falou” – o Rei e o Tremendão convocam, “Os Incríveis!!!”, Roberto e Wanderléa, “Martinha!!!” – também conhecida como “o queijinho de Minas” – fala, Rei, “Os Vips!!!”, todos convocados para cantarem junto com Roberto “Festa de Arromba”, que Erasmo gravou no disco “A Pescaria”, de 1965, até fica faltando espaço para o maestro Lages reger a orquestra, o Rei começa, “vejam só que festa de arromba, outro dia eu fui parar”, Wanderléa, “presentes no local rádio e a televisão, cinema mil jornais muita gente confusão”, Fevers, “quase não consigo lá em casa chegar, pois a multidão estava de amargar, ei ei!!!, ei, ei!!!, que onda, que festa de arromba”, Jerry Adriani, “logo que cheguei, notei”, passando o microfone a Wanderley Cardoso, “Ronnie Cord com um copo na mão”, Lilian e Ed Wilson, “enquanto Prini Lores bancava o anfitrião, apresentava a todo mundo Meire Pavão”, Deni e Dino, “Wanderleia ria e Cleide desistia, de agarrar um doce que do prato não saía”, todo, “ei ei!!!, ei, ei!!!, que onda, que festa de arromba”, Os Vips, “Renato e seus Blue Caps tocavam na piscina, The Clevers no terraço, Jet Black's no salão”, Martinha e Os Incríveis, “Os Bells, de cabeleira, não podiam tocar, enquanto a Rosemary não parasse de dançar”, o Rei e Erasmo, “Mas vejam quem chegou de repente, Roberto Carlos, com seu novo carrão”, só o Tremendão, “enquanto Tony e Demétrius fumavam no jardim, Sérgio e Zé Ricardo esbarravam em mim”, todos, “lá fora um corre corre dos brotos do lugar, era o Ed Wilson que acabava de chegar, ei, ei!!!, ei, ei!!!, que onda, que festa de arromba”, tome solo de sax, “ei, ei!!!, ei, ei!!!, que onda, que festa de arromba”, Liliam e Ed Wilson, “Renato e seus Blue Caps tocavam na piscina, The Clevers no terraço, Jet Black's no salão”, Roberto e Wanderléa, “Os Bells, de cabeleira, não podiam tocar, enquanto a Rosemary não parasse de dançar”, Erasmo, “mas vejam quem chegou de repente, Roberto Carlos, com seu novo carrão”, somente o Tremendão agora, “enquanto Tony e Demétrius fumavam no jardim, Sérgio e Zé Ricardo esbarravam em mim”, todos, “lá fora um corre corre dos brotos do lugar, era o Ed Wilson que acabava de chegar, ei, ei!!!, ei, ei!!!, que onda, que festa de arromba”, o Tremendão finaliza, “obrigado!!!”, fecha a cortina do palco – assim como na “reunião de classe” que interpretou “Jovens Tardes de Domingo” em 1985, parte dos artistas que pisaram no palco, Eduardo Araújo entre eles, vide chapéu de caubói, compareceram ao especial pela primeira e única vez, até porque durante muito tempo, a Jovem Guarda era o “momento da garotada amiga” dos especiais, a prioridade era da MPB, situação que vai mudar em parte nos anos 1980, quando os egressos do movimento vão trabalhar forte na produção musical das grandes gravadoras... Vamos ao intervalo, na volta, Roberto Carlos está sozinho no palco para cantar, “Quando Eu Quero Falar com Deus”, lançamento do disco de 1995, de forma bastante discreta, “Quanta paz, quanta luz, Deus nos ouve, nos mostra o caminho que a Ele conduz, Deus é pai, Deus é luz, Deus nos fala que a Ele se chega seguindo Jesus”, em seguida, um sorriso antes de “Nossa Senhora”, lançada em 1993, mas já um clássico, “Nossa Senhora me dê a mão, cuida do meu coração, da minha vida, do meu destino, Nossa Senhora me dê a mão, cuida do meu coração, da minha vida, do meu destino, do meu caminho, cuida de mim”, o coral comparece para acompanhar, literalmente segurando vela (!!!), novamente o maestro sem espaço, é a esposa do Rei, Maria Rita???, sim, um novo close confirma, aplausos, foca de novo em Maria Rita, Roberto beija a testa de uma das crianças do coral, a orquestra vem com a introdução de “Luz Divina”, de 1991, também já incorporada à “playlist” dos especiais, “essa Luz, é claro que é Jesus, essa Luz”, uma árvore de Natal e sinos surgem no palco, notem o televisor que vai repassando a letra, close no sino, “obrigado, obrigado, obrigado, mais uma vez, como sempre, nesta noite, obrigado, obrigado, obrigado, que a Luz divina esteja sobre cada um de vocês, um abraço, obrigado, obrigado!!!”, foca na plateia, sobem os créditos, “direção e edição de clips, Caminhoneiro, Alexandre Boury, O Charme dos Seus Óculos, Rogério Gomes” – Papinha, o próprio – o coral canta, cumprimentos ao maestro, “feliz Natal, muita paz, muito amor”, “Staff R.C., Dody Sirena Personal Manager, Genival Barros, Direção de Som, Carminha Silva, Secretária Pessoal R.C”, “um ano novo maravilhoso, obrigado, obrigado, obrigado!!!”, “Percussão Anderson Marques (Dedé)”, começa a distribuição de flores e vem a lista de músicas cantadas no especial, 24 ao todo, graças a dois “medleys” e a agilidade de Jorge Fernando, “Agradecimentos, Cedoc, Meninas Cantoras de Petrópolis, Colégio Cenecista Capitão Lemos Cunha, Colégio Luso Carioca, Coral Infantil da Igreja Santo Afonso”, foca no palco, “Um programa do núcleo Jorge Fernando”, ainda há flores a oferecer, bolinha na tela, “Realização Central Globo de Produção”...
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E agora sim temos uma novidade neste especial, Maria Rita, então namorada de Roberto, foi focalizada no final... |
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