sexta-feira, 29 de maio de 2020

Silvio Brincando de (Fazer Política na) Televisão...

Análise do crítico de televisão é excelente, mesmo levando a sério a zoeira de funcionários do SBT em vídeo de 1982...







































































No último dia 23 de maio, o SBT não exibiu a edição de sábado do noticiário “SBT Brasil”... O noticiário foi substituído às pressas pelo programa “Triturando”, que até o dia 8 de maio se chamava "Fofocalizando”... Na verdade, entrou no ar a reprise do programa do dia anterior... No qual, entre outros assuntos, a jornalista e ex-competidora do BBB Ana Paula Renault, mineira de nascimento, comentou a música de Alvarenga e Ranchinho sobre São Paulo...  O motivo alegado para a mudança seria o interesse do proprietário da emissora, Silvio Santos, de não divulgar o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, liberado no dia anterior pelo STF... Ao menos não de forma a prejudicar o presidente Jair Biroliro... Então é por isso que no domingo, entre uma reapresentação do programa “Eliana” e uma reprise do “Roda a Roda Jequiti”, o canal exibiu um trecho da reunão em que Biroliro estava fulo da vida com porque impediram seu próprio irmão de entrar em um açougue para comprar carne na região de Registro, exigindo o armamento da população para legalizar a ação das milícias, que dizer, para reagir às supostas arbitrariedades de governadores e prefeitos na pandemia de Covid-19... Ou seja, para fazer uma abordagem jornalística da reunião, associando as declarações do presidente às interferências na Polícia Federal para abafar o caso de seu filho Flávio Biroliro, não valia a pena passar o “SBT Brasil”... Mas aproveitar a fala de Biroliro e reviver o “A Semana do Presidente” , exibido no “Programa Silvio Santos” entre 1981, pela Record e TVS Rio, e 1997, no SBT,  era totalmente pertinente...  Alis, o quadro é tema de um dos capítulos do livro “Topa Tudo por Dinheiro – As Muitas Faces do Empresário Silvio Santos”, escrito pelo jornalista e colunista da UOL, Maurício Stycer, e lançado em 2018... A obra é uma espécie de “revisão crítica” da bibliografia sobre o apresentador... A leitura do livro mostra que Stycer seguramente deparou com a mesma dificuldade de outros autores que se dispuseram a escrever a respeito do dono do SBT... A dificuldade de obter o depoimento do biografado... Então é por isso que o autor registra a justificativa-padrão que Silvio apresenta para não falar a nenhum candidato a biógrafo – a história da cartomante, também registrada em “Biografia da Televisâo Brasileira”, de Flavio Ricco e José Armando Vannucci... Para ele, a assessoria de Silvio não colocou nenhuma vidente no meio, mas, enfim... Também é sagaz em constatar que a relutância do apresentador em ser entrevistado segue em paralelo à convocação de entrevistadores cujas matérias o agradaram para trabalhar com ele... Praticamente uma tradição, Mojica, que vem desde Décio Piccinini até Ricardo Valadares, passando por Arlindo Silva e Marcos Wilson... A questão da negativa a entrevistas foi bem resolvida pelos autores de dois dos trabalhos mais recentes sobre Silvio – Fernando Morgado e a dupla Márcia Batista e Anna Medeiros – lançando mão de fontes secundárias, no caso, outros livros e matérias jornalísticas... Algo que o colunista da UOL também fez, vide agradecimento ao Banco de Dados da “Folha de S.Paulo” pelo levantamento de reportagens sobre o apresentador nos arquivos do jornal... Também usou vídeos do Youtube © para, por exemplo, em um mesmo capítulo – “Sou um office-boy de luxo do governo”, que aborda as relações de Silvio com o governo federal e como isso influenciou a supervisão exercida sobre o jornalismo do SBT – resgatar os textos lidos pelo locutor Luiz Lombardi Neto em “A Semana do Presidente” (inclusive o vídeo da visita de João Figueiredo ao Peru, em 1981, está no canal do próprio Stycer...) e descrever o programa “O Homem do Sapato Branco”, apresentado por Jacinto Figueira Júnior nas emissoras do empresário entre 1979 e 1982... Só faltou um alerta do postador do vídeo de que a descrição -  “Um programa para resolver os problemas do povo... Um programa humano, romântico, civilizado, emocionante, honesto, e acima de tudo, VERDADEIRO!!!” – faz parte de uma brincadeira de final de ano dos funcionários do SBT, exibida dentro da emissora no final de 1982... Quem mandou postarem a abertura separada do vídeo, digo... 

























Livro faz "revisão crítica" de outras obras sobre a saga de Senor, em especial as biografias escritas por Arlindo Silva...











































































No aspecto biográfico da obra, Stycer optou pela comparação das diferentes versões sobre a trajetória de Silvio Santos, em especial a biografia em quadrinhos roteirizada pelo escritor Rubens Francisco Luchetti em 1969 (e relançada em 2017...) e os vários livros escritos pelo jornalista Arlindo Silva – cuja base foi a série de reportagens que publicou na revista “O Cruzeiro” entre agosto e outubro de 1972... Nesse ponto, foi igualmente sagaz ao apontar algo que o “fandom” de televisão sabe há muito tempo... Há muito de fantasia sobre o começo da vida de Silvio nas biografias feitas por Silva – “A Vida Espetacular de Silvio Santos”, de 1972, e as três edições (2000, 2002 e 2017...) de “A Fantástica História de Silvio Santos”... Alguma coisa foi esclarecida pelo próprio apresentador na montagem da exposição  “Silvio Santos vem aí”, no Museu da Imagem e do Som (MIS) de São Paulo, em 2016... Além de pedir para não levarem ao pé da letra as histórias de infância contadas no livro, ainda esclareceu que seu filme predileto quando pequeno era “Always in My Heart” e não a série “O Vale dos Desaparecido”... Porém, o problema permaneceu depois que Silvio cresceu, como demonstra o relato da edição de 2000 sobre a chegada de “Chaves” e “Chapolin” ao Brasil em um único lote de 500 episódios – hoje, graças a pesquisas feitas por fãs, sabe-se que as duas séries mexicanas vieram em quatro lotes, embora o número total de capítulos adquiridos ainda seja um mistério por falta de transparência do SBT... Apesar de fazer ressalvas aos relatos de Luchetti e Silva, o jornalista opta por não abordar em detalhes a vida privada de Silvio, por não ser o foco da obra... Assim, o papel das filhas na construção da rede de relacionamentos no mundo político e empresarial não é mencionado... O que deixou de fora a “sociedade” de uma das filhas com o herdeiro de Edemar Cid Ferreira, dono do Banco Santos, que sinalizava para uma possível fusão da instituição financeira com o Banco Panamericano, pertencente a Silvio (até o Banco Santos quebrar, em 2004...), e de outras duas com políticos que votaram a favor do impeachment de Dilma Rousseff, votação não transmitida pelo SBT... Um deles mantém a sociedade até hoje, e deu alguns netos ao apresentador...  Igualmente explica a ausência de menções a uma publicação que destoa de tudo o que já foi escrito sobre ele:  “Adelaide Carraro no Mundo Cão do Silvio Santos”... Faz sentido... As revelações sobre a vida amorosa e sexual do apresentador podiam ser impactantes no tempo em que escondia a idade ou omitia sua “sociedade”, dois pontos bem ressaltados pelo colunista da UOL em seu livro... Hoje, quando o discurso permeado por um “humor autodepreciativo, de cunho sexual” predomina em seus programas, a obra de Shirley Queiroz sobre a passagem da escritora Adelaide Carraro pela produção do “Programa Silvio Santos” na década de 1970 não causa nenhum escândalo... Fazendo uma análise que é própria do crítico de televisão  - não à toa é repetido o chiste que diz que SBT quer dizer "Silvio Brincando de Televisão" - Stycer relaciona o Silvio comunicador com o empresário, e como a interligação dessas duas vertentes define suas relações com políticos, governos, concorrentes – cordialidade com Roberto Marinho, admiração pelo religioso Edir Macedo, disputa de audiência à parte - e imprensa... A argumentação do autor é bem fundamentada pela leitura atenta de diversos livros sobre mídia e política... Quem leu quase todos os 42 livros pesquisados pelo jornalista – inclusive “Verás que um filho teu não foge à luta”, sobre a história do MMA no Brasil, onde estão informações sobre Carlos Renato, primo da “sócia” do presidente Figueiredo, o jurado que ajudou no “lobby” para obter a concessão  do SBT, em 1981 – pode atestar que o trabalho de compilação e comparação foi forte...  Há menos espaço para fatos novos, que não deixam de estar presentes, resultado de entrevistas feitas para elaboração do livro... O mais relevante são os detalhes sobre as negociações para a contratação de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, pai do Bofinho, para trabalhar no SBT,  em 2001, intermediada pelo vice-presidente da emissora na época, José Roberto Maluf... Boni conta ao autor que assinou o contrato, porém Silvio desistiu do negócio... “Ele não poderia mexer na programação sem me consultar e eu teria 50% de participação nos lucros que excedessem o lucro dele naquele momento... Ele se arrependeu e pediu para fazermos um distrato... Eu jamais poderia contrariar o Silvio e nunca exigiria o cumprimento do contrato assinado... Não daria certo... Em respeito ao Silvio, fiz o distrato com muito prazer... Melhor do que brigar depois”... A relação de Silvio como locatário de horários da Globo na gestão de Boni e Walter Clark, entre 1967 e 1976, também deve ter pesado, mas, enfim...  A obra também revela que Silvio desistiu de assinar contrato com a produtora holandesa Endemol para produzir o “Big Brother” porque “além do valor do investimento, Silvio se incomodou também  com o fato de que o contrato com a Endemol deixava o SBT com poua margem de manobra para mexer no contrato ou improvisar”...  A informação, dada ao autor em caráter confidencial, complementa o que foi descrito por Ricco e Vannucci, que abriram a caixa preta da “Casa dos Artistas” ao lançarem “Biografia da Televisão Brasileira” em 2017... Produzir por conta própria uma versão do “reality-show” da Endemol  gerou um fenômeno de audiência – a final da primeira temporada, em 2001, ainda é a maior audiência da história do SBT... Todavia, o orgulho ferido da Globo aumentou a disposição de reagir ao êxito da concorrência e fez com que o “Big Brother Brasil” se tornasse um êxito mais duradouro... Certo, o colunista fala em “razoável sucesso” do BBB, mas entendedores entenderão que anualmente  ele é importunado nas caixas de comentários de seus artigos sobre o “reality” por “fanbases” de competidores do “reality” – em 2018, só para citar um exemplo, os de Paula Amorim Barbosa eram os mais barulhentos – e “haters” do programa como um todo... Que coisa, não...  




























Biografias recentes sobre Silvio evidenciaram detalhes da trajetória do comunicador, previsão da cartomante à parte, digo...












































































Stycer buscou desconstruir as mistificações que cercam a figura de Silvio Santos, embora ele próprio esteja envolvido em uma “lenda urbana” – a de que ele e seus colegas colunistas da UOL, Chico Sarney e Flávio Ricco, não gostam de “Chaves”... No entanto, ele teve se curvar às evidências e relatar que na organização da exposição sobre Silvio no MIS em 2016 – aquela que supostamente será levada em caráter permanente para o antigo teatro do SBT na região da Ataliba Leonel – o apresentador pediu que três programas de sua emissora fossem destacados na mostra – “Bozo”, “Casa dos Artistas” e “Chaves”... Sim, ele aceita que Silvio pessoalmente decidiu pela exibição das três atrações...  Que teve a palavra final, não há dúvida... Porém, nesses três casos, ele sempre foi convencido por algum de seus funcionários... A compra dos direitos de “Bozo” foi sugerida por Ricky Medeiros, como aponta “Biografia da Televisão Brasileira”, porque Silvio preferia o “Clube do Mickey” – que Medeiros, como responsável pela compra de filmes e séries no exterior, sabia que sairia mais caro... Quando a “Casa dos Artistas”, o próprio livro relata a sugestão feita ao mesmo tempo por dois diretores  do SBT, Alfonso Aurin e José Roberto Maluf, que viram as versões do “Big Brother” exibidas na Holanda e na Espanha... No que diz respeito a “Chaves”, a opinião do diretor de dublagem da emissora, José Salathiel Lage, teve bastante influência, uma vez que ajudaria a aprimorar a tecnologia de dublagem em videoteipe e proporcionaria mais trabalho para o pessoal dos estúdios da TVS...  O próprio Stycer reconhece esse mérito, de forma indireta, ao dizer que o fato de adultos interpretarem os principais papéis de crianças funciona muito bem em “Chaves” e “no Brasil, esse efeito foi amplificado pelos excelentes dubladores que trabalharam na adaptação”... Uma afirmação que vai surpreender os fãs, que ele afirma serem “articulados em fóruns bem organizados” – alguns até já trabalharam no portal do grupo Folha...  Outros acreditam que a saga dos espíritos zombeteiros de “Chaves” saiu do ar devido a um veto de Ricky Medeiros, que é espírita, mas, enfim... A prioridade do colunista da UOL é o retrato do “empresário habilidoso e imprevisível”,  o que inclui um pequeno e bem-elaborado perfil dos proprietários de emissoras de televisão no Brasil desde seu início, em 1950, nem que para isso seja preciso usar uma obra acadêmica, no caso “Circo Eletrônico, Silvio Santos e o SBT”, Maria Celeste Mira... É dali que ele extrai a explicação para o esforço de qualificação da programação da emissora a partir de 1983, a procura de anunciantes com maiores verbas para publicidade...  Faltou apenas citar dois fatores externos que estimularam essa busca, a unificação da programação nacional, seguindo o exemplo de Globo e Band, e o surgimento da TV Manchete, cuja concessão foi outorgada na mesma época que o SBT... A quebra do Banco Panamericano é descrita em detalhes e o que faltou escrever é o mesmo da biografia de Morgado... Um pouco de “background”, mostrando o quando a crise financeira de 2008 comprometeu o principal negócio do banco, o crédito pessoal (e isso está na raiz da fraude que levou a sua venda, Luis Paulo Rosenberg...) e a pressão que fez junto aos banqueiros para que adquirissem o Panamericano, dizendo textualmente que o sistema financeiro do Brasil iria a bancarrota... Silvio não necessariamente trabalhou forte para “fingir demência”, como observa o autor, o que ele não queria era ver seu banco liquidado ou adquirido pelo governo (que já era acionista minoritário desde a crise, por meio da Caixa...), o que destruiria toda a meritocracia em torno de sua história de vida... Felizmente, o desfecho foi favorável e o Panamericano foi vendido ao banco BTG Pactual, fundado por Paulo Guedes, atual ministro da Economia... Alis, a parte sobre política do livro, lançado em 2018, já precisaria de uma atualização a respeito do governo Biroliro... A análise feita pelo jornalista demonstra que, assim como o governo de José Sarney é considerado o auge da influência de Roberto Marinho junto a presidência da república, o ápice da proximidade de Silvio Santos com o poder aconteceu com o último presidente da ditadura militar, João Figueiredo... E com a volta de um militar ao cargo, a impressão é que a meta de Silvio é resgatar esse vínculo, diretamente ou por meio de familiares, Alexandre Patolino... Isso apesar da pandemia impedir as gravações do programa, obrigando a reapresentação de quadros antigos, como o que o apresentador conversa com Maísa Silva aos seis anos – hoje, aos 18, Stycer a considera subaproveitada no “Programa da Maísa”... Ou o concurso de mágica que Pyong Lee diz ter sido fundamental para sua carreira – que segue hoje sem a ajudante que o acompanhou em 2010... Ou ainda uma disputa no “Não Erre a Letra” de 2014, com dois possíveis sucessores de Silvio na parte artística – Celso Portiolli e Patrícia Abravanel – a ocupante atual do horário que comandou nos domingos à tarde – Eliana Michaelichen – um recém-contratado que cerrou fileiras pelo impeachment de Dilma e em seguida se aproximou de Olavo de Carvalho, o guru do atual presidente – Danilo Gentili – e um jovem ator que o dono da emissora fez questão na época, de impedir a ida para a Record – Jean Paulo Campos, o Cirilo de “Carrossel”, que deixou o SBT em 2018...



























Lançado em 2018, livro já precisa de uma atualização, para abordar relação atual entre Silvio Santos e Bozo... Ops!!!...


Lançadas da Total Vergonha Alheia do "Zorra"...

Fabiana Karla de Carmen Miranda com comida de boteco na cabeça, vá lá, mas tinha de "cebolar" o bonde???...












































Paulo Silvino já foi bom nisso, porém fazer "cosplay" do Loro José é fim de linha - de shows... Ops!!!...







































Capa do Site – “Timão define comissão eleitoral; entenda cenário do pleito presidencial”. Se Tuminha faz parte, significa que não será candidato, digo... Então é por isso que já há dois candidatos oficializados para a eleição em novembro, Augusto Melo e Paulo Garcia... Tanto a situação quanto o principal grupo de oposição, não definiram seus nomes na disputa, embora os mais cotados sejam Duílio “do Bingo” Monteiro Alves e Mário “Delegado” Gobbi...  Dentro de campo a bola não rola, porém os jogadores não deixam de fazer seus planos... “Avelar fala de nova posição no Timão e diz se inspirar em Sérgio Ramos”.  Da lateral para o miolo da zaga, sendo que o espanhol começou assim... Em meio à pandemia, ainda há quem só pensa naquilo... Na economia... “À espera da Amazon, Menguinho vê TIM sinalizar renovação do patrocínio”. Já que a BS2 saiu... No exterior, onde a covid-19 está controlada, o retorno das competições começa a se concretizar... “Volta do Campeonato Espanhol é confirmada para o dia 11 de junho”. Ainda com 11 rodadas a disputar... “Retorno do Campeonato Japonês é marcado para o dia 4 de julho”.  A segunda divisão volta primeiro, em 27 de junho, e a primeira será a segunda a retornar, uma semana depois... “Futebol na Suiça será retomado em 19 de junho”. Com direito a cinco substituições, concordaram os clubes... Quem já voltou faz a festa, digo... “Futebol austríaco volta e RB Salzburg é campeão da Copa da Áustria”. 5 a 0 no Áustria Lustenau... Sendo que o campeonato  nacional volta nos dias 2 e 3 de junho, com os playoffs... “Campeonato sérvio volta e Estrela Vermelha leva o título”. 5 a 0 no Rad, vide aglomeração na comemoração... Ops!!!...  Movimentação que não agrada a todos... “Jornal ironiza fim do Campeonato Francês com outras ligas voltando na Europa:  Somos idiotas???” Ou mais sensatos, “L’Equipe”... Alis, por falar em cancelamentos... “Uma temporada de Fórmula-1 sem um GP britânico não deveria ser permitida, diz Stewart”. Quem mandou adiarem a prova em Silverstone para agosto???... “Ecclestone: não será realmente um campeonato neste ano”. Realmente, professor... Saudade dos tempos em que tu eras o dono da porra toda, não é, meu filho???... 





















Muito Mais Que Um Gordinho a Gritar...
Em 2008, Leandro Hassum trabalhava forte como DJ Gogó de Ouro no concurso de comida de boteco...









































Também fazia o Jerry Lewis no quadro do delegado Valente, muito macho - mas olha o pezinho!!!...

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Lançadas do "Palhação" com Barraco e Besourão...

Luana não é aluna do Múltipla Escolha Ernesto Ribeiro, assim não poderia comparecer à piscina - em tese...









































No entanto, bastou ela pular o muro para armar mais um barraco estilo "Palhação Raiz" com a rival Débora...










































Capa do Site – “Em nota, Timão diz que não dispensará atletas promissores da base, mas confirma ‘readequação’ “. A situação está ficando mais difícil no clube... “Timão quebra acordo com o elenco e renegociação pode travar”.  Até porque os jogadores aceitaram redução salarial com a condição de que nenhum funcionário seria mandado embora... “Grupo de conselheiros do Timão pede explicações sobre o dinheiro da venda de Pedrinho ao Benfica”. A Frente Liberdade Corinthiana quer saber, Andrés...  “Ronaldo reforça apelo do Timão para que se evite volta imediata ao futebol”.  Tu o disseste, Fester Addams... Ops!!!...  Ainda assim, há quem insista... “Volta do Paulistão: protocolo da FPF prevê times concentrados até a final”.  Resta saber se o governo do Estado vai aprovar, condição obrigatória para a retomada da competição... Não que isso seja um problema na França, que encerrou o campeonato, mas, enfim... “Clubes franceses podem retomar treinos a partir da próxima semana”.  Em 2 de junho, mas individualmente, primeiro-ministro Edouard Philippe... Na Europa mesmo há disputas pendentes... “Governo autoriza e Campeonato Italiano volta no dia 20 de junho”.  Copa da Itália um pouco antes, entre 13 e 17 de junho, ministro Vicenzo Spadafora... “Inglês volta no dia 17 de junho com jogo entre Manchester City e Arsenal”.  Faltando nove rodadas completas para o encerramento da competição... “Diretor da Conmebol estipula prazo para retomar Libertadores e Sulamericana”.  Quem sabe em setembro, Gonzallo Belloso... “MLS autoriza clubes a retornarem aos treinamentos presenciais”.  Nos Estados Unidos, sem previsão para a retomada dos jogos... É o que dá a pandemia ter fugido ao controle no país de Trump... Alis, por falar no Biroliro...  “Juca K. elogia posicionamento político de Patolino, mas brinca:  O apelido dele agora é Alexandre Gado”. Tu o disseste... 






















Ingênuo, o faxineiro Caju imaginava que conquistaria a professora Teresa com o Fusca do tio apicultor...









































Mas a única coisa que o "Besourão" vestido de abelha conseguiu foi reaproximar Teresa do diretor Adriano...

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Lançadas da Copa Dos Que Não Foram em 2014...

Na última temporada de "A Grande Família", atacante Fred interpretou a si mesmo, em participação especial...









































Ao desembarcar no aeroporto, jogador é perseguido por uma multidão de fãs que estão loucas para pegá-lo...














































Capa do Site – “Timão decide dispensar atletas e demitir funcionários devido à crise” Não no caso do time profissional, que já teve um corte de 25% nos salários e deve passar por uma nova redução, Andrés, mas, enfim... “Abelão Braga defende fim dos Estaduais:  Quem garante que dia tal a coisa estará resolvida”. Achou bonito, não, pera... “Pedrinho (OG) questiona prioridade ao futebol no retorno das atividades:  Não acho justo ter privilégios”. E nem a exposição aos riscos de contaminação, internauta... Que também destaca uma importante notícia... “Astros do esporte mundial criticam morte de homem negro por violência policial nos Estados Unidos”.  George Floyd, na região de Minneapolis... Voltando ao Rio, a expectativa dos clubes é pelo retorno do Cariocão, mas a realidade... “Campello revela testes positivos de Covid-19 em jogadores do Bacalhau”. Assim fica difícil voltar a jogar...Enquanto isso, na oposição... “Candidato à presidência do Bacalhau anuncia fim do acordo com Yaya Touré, que alega razões pessoais”.  Não deu, Leven Siano... Ainda bem que a torcida do Vice tem outras preocupações... “Organizada do Bacalhau repudia retorno às atividades e faz críticas a Campello”.  Guerreiros do Almirante têm razão... Alis... “Precaução e grupos separados marcam volta aos treinos do Bangu”.  Depois da rima... Ops!!!... E fora do Brasil...  “Clubes ingleses estão autorizados a retomar treinamentos em grupo”.  Vide votação unânime dos integrantes da Premier League... O torneio em si ainda não tem data para voltar... Alis... “Premier League anuncia que quatro pessoas testaram positivo para Covid-19 na terceira fase de testes”. Num total de 1.008 exames realizados... Ou seja, o risco de contágio ainda existe... Mas há quem priorize a economia à saúde... “Neymar (OG) se recusa a abaixar o salário e pressiona PSG”. Agora vai, digo... “Seleção mexicana não jogará nos Estados Unidos caso seja sem torcida”. Avise a Soccer United Marketing (SUM), Yon de Luisa... “Lendário ex-jogador é processado por presidente da Conmebol”. Torcendo pela briga entre Alejandro Dominguez e José Luiz Chilavert – o próprio... 
























Felizmente, Fred consegue deixar o aeroporto entrando no táxi de Agostinho Carrara - o próprio...









































Claro que o jogador teve que fazer uma doação de ingressos para Agostinho o levar embora, mas, enfim...

A Dublagem Segundo a Versão Brasileira de Herbert Richers...

Capa da segunda edição do livro teve várias alterações em relação à publicação original, lançada em 2014...










































































“Versão brasileira, Herbert Richers!!!”... A frase dita pelo dublador Ricardo Marianno no início de filmes e séries exibidas na televisão brasileira, principalmente entre as décadas de 1970 e 1990, é a maneira com que muitos telespectadores conheceram o diretor e produtor de cinema Herbert Richers... Ainda que vários se refiram a ele como “Herbert Richards”, mas enfim... Embora tanha realizado uma enorme produção para cinema, entre cinejornais e filmes de ficção, hoje é mais lembrado por seu estúdio de dublagem, que foi o principal do Rio de Janeiro e o maior do país, mesmo uma década depois de seu fechamento... A frase de Mariano foi usada pelo jornalista Gonçalo Júnior no título da “biografia do produtor de filmes e maior dublador de  TV do país”, lançado em 2014... Que vai além da dublagem e mostra outras facetas da atuação de Herbert Richers, desde quando começou a trabalhar com o tio Alexandre Wulfes, cineasta, produtor, dono de um laboratório para revelação e duplicação de filmes no Rio, e um dos responsáveis pelo “Cine Jornal Brasileiro”, produzido para o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) do Estado Novo de Getúlio Vargas, no fim da década de 1930... Trabalhando forte como cinegrafista, iniciou seu próprio cinejornal, “Imagens do Brasil”, e realizou filmagens do Carnaval carioca para Valdisnei, o próprio, que serviriam de base para o filme “Alô Amigos”, onde surgiu o personagem Zé Carioca... Após atuar em vários cinejornais –  “Esporte na Tela”, “Cinelândia” e “Atualidades Atlântida” – fundou sua própria produtora, em 1948, e lançou no ano seguinte o “Repórter da Tela”, para o qual criou um eficiente esquema de distribuição nacional... Ao mesmo tempo, cuidava das filmagens em externa das chanchadas da Atlântida... Então é por isso que ele se associou à Cinedistri de Osvaldo Massaini e começou a produzir filmes em 1955... E os primeiros eram justamente chanchadas que seguiam a fórmula das comédias carnavalescas da Atlântida... Richers também produziu e distribuiu filmes de outros gêneros – “O Assalto ao Trem Pagador”, “Vidas Secas”, “Ganga Zumba”, “Mineirinho Vivo ou Morto” e “Meu Pé de Laranja Lima”, entre outros – todavia, Pancada deixa por um de seus filmes prediletos, “Golias Contra o Homem das Bolinhas”, com Carlos Alberto de Nóbrega e Zilda Cardoso, e pelas duas produções estreladas por Renato Aragão, “Dois na Lona” e “Bonga, O Incrível Vagabundo”... Tudo bem que “Dois na Lona”, com participação de Ted Boy Marino (mesmo fora de cena, uma das mãos por trás da “tesoura” que cortou quadros de “Os Trapalhões” no canal Viva...), é renegado pelo próprio Renato, não a ponto de estar fora de sua filmografia oficial, como é o caso de “A Ilha dos Paqueras”, mas, enfim... As comédias da Herbert Richers reuniam a nata da comédia brasileira nos anos 1950 e 1960... Agildo Ribeiro, Ankito, Carequinha e Fred, Costinha, Golias, Grande Otelo, Otelo Zeloni, Renata Fronzi, Wilson Grey, Zé Trindade, Zezé Macedo, Zilda Cardoso, entre outros... Isso sem contar os roteiros, escritos por Chico Anysio, Manoel de Nobrega e Ségio Porto, e também pelos diretores JB Tanko e Victor Lima... Eis a razão porque o internauta arrumou espaço em seu apartamento – a Casa dos Lunáticos - para colocar um pôster desenhado por Ziraldo do filme “Os Cosmonautas”, escrito e dirigido por Lima e estrelado por Golias e Grande Otelo...  Claro que o trabalho forte de Herbert Richers na dublagem também desperta grande interesse da parte do Pancada... Em especial devido a atuação do centenário Orlando Drummond, que esteve presente em toda a trajetória do estúdio, desde o primeiro trabalho para televisão – a série “Zorro”, em 1959 – até o fechamento da empresa, em 2010... O próprio autor do livro o coloca como uma das figuras mais icônicas dos quadros da Herbert Richers, destacando suas vozes para desenhos animados, ao lado de uma revelação do estúdio, Mônica Rossi... O que não exclui citações a outros nomes memoráveis, como Celso Vaconcelos, Francisco José, Garcia Júnior e seu pai Garcia Neto, Márcio Seixas, Newton da Matta...  Pancada elogia a referência a José Santa Cruz, um rosto conhecido por seus trabalhos em programas humorístivos... O que fez com que sentise falta de uma menção a Francisco Milani, que também era um excelente dublador, vide cacos com a voz do detetive Magnum feitos pelo personagem Pedro Pedreira na “Escolinha do Professor Raimundo”... Onde estava matriculado Ptolomeu, vivido pelo filho de Chico Anysio, Nizo Neto, que também fazia algumas demonstrações de seu ofício de dublador – hoje em dia Nizo costuma dizer que assiste a vários filmes onde é o último remanescente da equipe de dublagem... E quando se fala em “Escolinha” é obrigatória a citação a Drummond, o Seu Peru, que frequentemente reagia às piadas de seus colegas com a risada do Scooby-Doo...  


























Na primeira edição, havia até uma foto do Chaves, cuja série clássica não foi dublada pela Herbert Richers, muito pelo contário...






























































A produção de cinejornais levou Herbert Richers a criar um esquema de distribuição nacional do “Repórter da Tela”... Devidamente aproveitado quando o produtor decidiu produzir filmes de ficção, em 1955 – o primeiro lançamento, em 1956, seria “Sai de Baixo”, sem alusões aos presentes, uma comédia no estilo das chanchadas da época, dirigida por JB Tanko e estrelada pelos palhaços Carequinha e Fred... No começo de 1959, Richers compareceu nos Estados Unidos e encontrou-se com seu conhecido Valdisnei, com a ideia de conseguir a distribuição de seus filmes no Brasil... Valdisnei, por sua vez, mais interessado no emergente ramo da produção para televisão, questionou se as produções estrangeiras eram dubladas para televisão, como acontecia no México, e convenceu o produtor a dublar suas séries para exibição nas emissoras brasileiras... Conforme relata o autor da biografia, Herbert acreditou na defesa que o cineasta estadunidense fazia da dublagem... Pois seu foco era o público infantil, em muitos casos, pequeno demais para saber ler as legendas no cinema e também na televisão, que tinha a agravante da qualidade de imagem dos aparelhos de então dificultarem a leitura... Então é por isso que os desenhos animados em longa-metragem de Valdisnei sempre estrearam nos cinemas do Brasil dublados em português, desde o primeiro, “Branca de Neve e os  Sete Anões”, lançando em 1939 com dublagem do estúdio CineLab, sediado na região de São Cristóvão... Richers possuía conhecimento técnico sobre dublagem – as filmagens em externa, comuns no cinema brasileiro na ocasião, eram realizadas sem captação de som, o que obrigava os atores a gravarem os diálogos posteriormente – e aceitou a proposta, recebendo um treinamento de uma semana, orientação para compra de equipamentos e rolos de filme com os episódios da série “As Aventuras do Zorro”, que estreou na rede ABC em 1957... Mesmo ano em que a TV Tupi de São Paulo exibiu o primeiro programa dublado na história da televisão brasileira, o teleteatro “Ford na TV”...  Só que a finalização da versão brasileira aconteceu no México, esquema que Valdisnei havia adotado para sua produção destinada às salas de cinema... Para fazer a dublagem da série do Zorro, Herbert chamou atores radiofônicos – um deles, Orlando Drummond, que ficou com a voz do Sargento Garcia, já havia participado de algumas dublagens de desenhos de Valdisnei na década de 1950... A exibição seria garantida por uma conversa do produtor com João Calmon, diretor da TV Tupi do Rio... O campo de trabalho expandiu-se rapidamente no início dos anos 1960 graças à legislação – leis que determinavam a dublagem na televisão, assinadas pelo presidente Jânio Quadros em 1961 e pelo primeiro-ministro Tancredo Neves em 1962  - e o aumento das horas de transmissão das emissoras, preenchidas de forma mais econômica para seus donos com os famosos “enlatados” estrangeiros... Em junho de 1963, o estúdio de dublagem, que ficava no Edifício Astória, na Rua Senador Dantas, região central do Rio, é destruído por um incêndio... Richers transferiu a empresa para os antigos estúdios da Brasil Vita Filmes, na Rua Conde de Bonfim, 1.331, na Usina, a meio caminho entre as regiões da Tijuca e do Alto da Boa Vista... O local, alugado desde 1959 para a produção de filmes, foi adquirido em 1964, e depois de uma reforma, começou a funcionar a todo vapor em 1965... Mesmo ano em que a TV Globo entrou no ar no Rio de Janeiro, no dia 26 de abril... Antes da emissora ser inaugurada, Herbert propôs ao dono,o jornalista Roberto Marinho, com quem costumava praticar pesca submarina, a produção de uma série policial em película de cinema para ser apresentada no canal... Surgiu então “22-2000 Cidade Aberta” protagonizada por um repórter policial de “O Globo” (óbvio...), interpretado por Jardel Filho, cujo primeiro episódio foi ao ar no segundo dia de existência da Globo, em 27 de abril de 1965... A série, que teve 49 episódios de meia hora cada, manteve-se no ar até agosto de 1966, quando acabou o patrocínio que viabilizava a produção – em 1969, 12 episódios foram compilados em quatro filmes, lançados nos cinemas... Em 1967, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, pai do Bofinho, assume a direção da TV Globo, e torna Herbert Richers, que conhecia da época em que trabalhava em publicidade, o fornecedor preferencial de dublagens para a emissora – e que levou a empresa a produzir cerca de 60% de todo material dublado no Brasil já em 1973, assinala o livro... Orlando Drummond estava lá, trabalhando forte nas vozes dos personagens caninos dos desenhos da Hanna-Barbera – Scooby-Doo, Hong Kong Fu, Kojeka, Bionicão – e de outros estúdios – Yukk, o parceiro do Mini-Polegar, produção da Ruby-Spears... Da mesma forma, compareceria em séries “live-action”, vide mordomo Max em “Casal 20” e o alienígena Alf... O jovem Márcio Seixas fez um teste com mais 300 candidatos para ser dublador na Herbert Richers em 1974... Aprovado, um de seus primeiros trabalhos seria a dublagem de um super-herói da Hanna-Barbera, o Homem-Pássaro... Cujo bordão era seu próprio nome, gritado em alto e bom som... Em 4 de junho de 1976, um incêndio destruiu os estúdios da Globo na região do Jardim Botânico... Herbert Richers ofereceu suas instalações para cinema – momento em  que a produtora deixou de fazer filmes – para a emissora gravar suas novelas, e a Globo alugou o local, rebatizado como Globo Tijuca, até 1995, quando inaugurou o Projac (hoje Estúdios Globo...), na região de Curicica... Em 1º de fevereiro de 1978 começa uma longa greve de dubladores, liderada pelo ator Jorgeh Ramos – o próprio, vide “trailers” de filmes – que conseguiu a regulamentação da profissão e o fim dos contratos de exclusividade com as empresas de dublagem... O que não abalou a posição de Richers no mercado, mantendo seus 60% de participação, como reportou a Gonçalo numa entrevista em 1999... No entanto, para um grupo de 20% dos dubladores, demitidos por liderarem o movimento ou que não voltaram ao trabalho, insatisfeitos com o acordo que encerrou a greve, restou organizar-se em cooperativas, no caso de São Paulo, a COM-ARTE... Que seria fundamental para as dublagens realizadas nos estúdios do recém-criado SBT, por meio da MAGA e da Elenco... E se tornariam uma dor de cabeça para Herbert Richers na década de 1980, inclusive quando Silvio Santos tentou entrar no nascente mercado de fitas de vídeo... 





















Instalações para dublagem na Rua Conde Bonfim viraram referência até para as linhas de ônibus que servem a região da Usina...

















































































A capa da primeira edição do livro, lançada em 2014, tinha uma foto do Chaves... Cuja série clássica, assim como “Chapolin”, nunca foi dublada pela Herbert Richers... Que atuou apenas em “Chaves Animado”, que estreou no SBT em 2007, e alguns esquetes de “Chaves” no programa “Chespirito” (“Clube do Chaves”), dublados na época em que os quadros eram exibidos de madrugada pela emissora, entre 2006 e 2008, mas que nunca foram ao ar... Ao contrário, o próprio Richers detestava a dublagem feita pelo SBT para as novelas mexicanas... Numa entrevista concedida a Gonçalo para a “Gazeta Mercantil”, o produtor disse que as tramas importadas só começaram a fazer sucesso de fato quando seu estúdio começou a dublá-las...  Ou como Herbert disse em outubro de 2007, segundo o livro... “Chegaram a montar um estúdio de dublagem, mas depois viram que não era o negócio deles, tinham dificuldades para fazê-lo funcionar e voltaram a trabalhar com a gente... Quando começaram a fazer nos próprios estúdios da TVS, a qualidade da dublagem realmente despencou... Eles voltaram para nós porque construímos um know-how que não conseguiram estabelecer... A dublagem de novelas mexicanas, por incrível que pareça, é muito mais difícil porque o idoima espanhol é muito juntinho, muito próximo do português, fato que exige de nós um cuidado muito grande de sincronia... Senão, anarquiza, dá errado ou fica falso”... A afirmação desconsidera todos os conseguidos pelas dublagens do SBT, comandadas por José Salathiel Lage, principalmente quanto à dublagem em videoteipe, e o trabalho forte, dos dubladores reunidos pela MAGA de Marcelo Gastaldi e a Elenco de Felipe Di Nardo... Justiça seja feita, Seixas, um dos dubladores mais atuantes da Herbert Richers, considerou “Chaves” um dos mais perfeitos exemplos de dublagem no Brasil, elogiando a dinâmica de Gastaldi , Nelson Machado, Sandra Mara e Cecília Lemes, as vozes de Chaves, Quico e Chiquinha...  Alis, nenhum deles atuou no desenho... Gastaldi rendeu 50 pontos no Bolão Pé-na-Cova em 1995, Nelson Machado foi substituído por Sérgio Stern e Chiquinha não foi incluída na série animada... Até um crítico que reconhecidamente não gosta de “Chaves”, como Maurício Stycer, da UOL, aponta no livro “Topa Tudo por Dinheiro“, de 2018, que o êxito da série foi amplificado “pelos excelentes dubladores que trabalharam na adaptação”... Na edição de 2016 do livro, a imagem de Chaves foi trocada pela do Agente 86... Que por sua vez ficava ao lado de uma foto de “Perdidos no Espaço”, dublada pela AIC em São Paulo... Substituída por uma ilustração de “Chaves Animado”...  Cuja lacuna foi preenchida com uma cena do desenho “X-Men”... O livro mostra que em 2008, a Herbert Richers produzia 150 horas de dublagem para televisão por mês...  Metade da produção do estúdio correspondia às novelas estrangeiras – um capítulo a cada dois dias - o que fazia do SBT o principal cliente da empresa... Mesmo com o pedido de Silvio Santos para não incluir a famosa narração “Versão brasileira Herbert Richers”, com a intenção de fazer o público pensar que se tratassem de produções nacionais... Focado na trajetória pessoal de Richers, que saiu de cena em 20 de novembro de 2009, o livro não chega a abordar os fatores que levaram ao fechamento do estúdio, acontecido em 2010... Registra que a concorrência aumentou na primeira década deste século – com 40 empresas atuando no setor – porém também mostra  que a Herbert Richers ainda era responsável por 50% de tudo o que era dublado para televisão no período...  A empresa contava com 400 funcionários, sendo 250 contratados e 150 prestadores de serviços eventuais... Em várias entrevistas, o filho do produtor, o ator Herbert Richers Júnior, apontou que o faturamento nos últimos anos não conseguia fazer frente às despesas com um quadro tão grande de empregados... Uma das razões desse gigantismo seria outra das exigências de Silvio Santos, que queria uma variação maior das vozes usadas na dublagem... A maneira mais viável de atender essa solicitação era manter um grande número de dubladores sob contrato, o que não era usual desde a greve de 1978, elevando os custos e derrubando a rentabilidade do negócio...  Além disso, um acordo coletivo de trabalho firmado em 2003 diminuiu de dois meses para uma semana o prazo de espera para realização de trabalhos de dublagem em outros estúdios, o que favoreceu a criação de novas empresas... Acirrando a concorrência justamente no momento em que o mercado estava em expansão com o “boom” dos DVDs entre a “nova classe média”, que também gerava demanda entre os canais pagos, principalmente os destinados ao público infantil...  A Herbert Richers fechou em 2010 e parte das instalações foram destruídas por um incêndio em 3 de novembro de 2012, pouco depois do estúdio ter sido leiloado e vendido a um grupo de empresários por R$ 1,7 milhões, valor usado para o pagamento de dívidas trabalhistas...  Em 2013, a Sukyo Mahikari do Brasil comprou a área por R$ 8 milhões, e o acervo existente no local foi doado à Universidade Federal Fluminense e à cinemateca do Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio em abril de 2015... No ano seguinte, Márcio Seixas visitou as ruínas do estúdio e postou um vídeo nas redes sociais... Que levou a um convite da própria Sukyo Mahikari para o dublador participar da cerimônia de limpeza espiritual do terreno, antes do início da construção de um novo prédio... O que pos fim ao sonho de Pancada de trabalhar forte em dublagem num endereço tão perto de casa que poderia comparecer a pé... Ops!!!...






















Estúdio cinematográfico de Herbert produziu um dos filmes preferidos do Pancada, "Os Cosmonautas", com Ronald Golias...


terça-feira, 26 de maio de 2020

Lançadas "Triturando" o "SBT Brasil" no "Clube do Chaves"...

Em "O Anel da Bruxa", Chapolin voou ao som da música triste do Chaves, num show de efeitos especiais...


















































"As pessoas devem morrer com uma receita do médico"... Indicando cloroquina, doutor Chapatin???...


















































Capa do Site – “Em carta aberta, Timão diz ser contra a volta: Futebol não pode se antecipar ao controle da pandemia”. Tu o disseste, Andrés... Quem diria!!!... Melhor fazer como Carlos Augusto e Lucas Piton...  “Laterais do Timão mostram a rotina de treinos e parceria em game”.  Em casa, exercitando-se e jogando “Call of Duty: Warzone” online na companhia do experiente Fagner... Afora a contribuição do Departamento de Responsabilidade Social... “Drive-thru no Fielzão vai arrecadar máscaras para instituições”. A compra do kit com seis máscaras será feita pela internet – a cada venda, outro kit é doado – e a retirada acontecerá no estádio...  Porque aqui ainda não é possível falar em retorno... No Rio, o Fluzinho sabe porque está lá... “Fluzinho inicia venda de ingressos simbólicos para jogo do tetra”. Vide exibição pela Globo no próximo domingo do jogo que deu a equipe o título brasileiro de 2012... O dinheiro arrecadado será usado no pagamento de salários de funcionários que recebem até dois salários mínimos e na adequação das instalações do clube aos protocolos de prevenção da Covid-19... E tem time carioca que não pensa dessa forma... “Covid-19: após 62 dias internado, ex-médico do Bacalhau recebe alta”. Que coisa, não, Clóvis Munhoz... Na Espanha, um dos países mais atingidos pela pandemia, já se fala em retorno do futebol – com muita cautela...  “Presidente da liga espanhola diz que vontade é recomeçar o campeonato no dia 11 de junho”.  Caso o governo mude a fase da quarentena, quem sabe, Javier Tebas...  Enquanto isso, na Alemanha, onde o campeonato nacional já foi retomado... “Comportamento de Gotze na internet influenciou na decisão do Borussia em não renovar seu contrato”. Usar o vestido da “´sócia” nas redes sociais não favoreceu o autor do gol do tetra alemão em 2014... Alis, por falar em Dilma entregando a taça para o capitão da Alemanha... “Técnico da Argentina dá declaração que promete levantar polêmica no país”.  É o que dá querer jogar as Eliminatórias da Copa na Bombonera, Lionel Scaloni...  Na Inglaterra, a situação também é tensa nos bastidores... “Esquema de pirataria de TV pode cancelar venda do Newcastle”. O gato está fazendo o negócio subir no telhado, Mohammed Bin Salman... Alis, por falar em transmissões esportivas... “Após nove anos, Neto (OG)  perde ação e faz acordo com Benjamin Back”.Depois das críticas feitas ao ex-jogador no “Estádio 97”, não vai ser o Benja que vai levar no cano... Ops!!!... Ainda nos bastidores...  “Mãe de Neymar (OG) contraria desejo de parentes e reata namoro com modelo de 22 anos, diz site”.  Agora vai, Tiago Ramos... Enquanto isso, no SBT, no sábado, o “Clube do Chaves” começou com um episódio do Chapolin que não era exibido nacionalmente há 20 anos – “O Anel da Bruxa”, de 1978... Fosse na Multishow, receberia o selo de “icônico”, por fazer parte do lote de 1984, o primeiro a ser dublado pela MAGA...  Uma dublagem tão antiga que até as risadas de fundo são diferentes...  Marcelo Gastaldi afina a voz para falar os bordões do Vermelhinho – “Abusam de minha dignidade”, “Suspeitei desde o início” – e usa um tom mais grave para fazer os diálogos do personagem de Carlos Villagrán – Sigmund Freud, o próprio – que Nelson Machado não dublou... Sem contar que a garota que o Polegar Vermelho fazia aparecer e desaparecer graças ao anel da bruxa, e que no final compareceu na qualidade de empregada que se oferece para substituir a criada anterior, a bruxa do anel – papel de Luci Elena Silva – por muitos anos foi confundida com Angelines Fernández já que teve dublagem da Helena Samara... Quem mandou o pessoal ficar impressionado com a cena em que graças ao poder do ano (e a tecnologia do “chroma-key”...) o Vermelhinho voa embalado pela música triste de “Chaves”???... Dom Caixão, ou melhor, Dom Caveira, comparece com “Um Morto Muito Vivo”, de 1994... Primeiro esquete com o agente funerário exibido pelo SBT em 16 de junho de 2001 – com cortes, segundo consta... Carlos Veira e seu funcionário Celório acreditam que um cadáver na funerária está vivo e se mexendo, sem saber que são alvo de mais uma broma do doutor Contreras, Rubén Aguirre... Vale destacar a participação de Maria Goretti como Susaninha, a filha de Carlos, que não acreditou que Walter Stuart, ou melhor, um morto muito louco compareceu em sua casa... Alis, por falar em destaques,  pela terceira semana seguida é apresentado no “Clube do Chaves” um esquete de Dom Caixão, quer dizer, Dom Caveira...  Sabendo que apenas sete quadros com o personagem foram gravados, será que chega, SBT???...  Sendo que no meio do esquete houve um intervalo onde é feito aos “televidentes” um convite para o aniversário de uma fada sensata – na realidade, um anúncio do “Programa da Maísa” que comemorará o aniversário de 18 anos da apresentadora, que o Stycer da UOL não saiba, digo... Também foi tocada uma infame música de uma promoção da emissora cuja letra diz que “O coronavírus é muito feroz”... Como não estamos na Globo, não deve ser obra de Rafael Portugal... Quem sabe a autoria é de Danilo Gentili, que recomenda o uso de máscara enquanto Celso Portiolli realiza provas do “Passa ou Repassa” em sua própria casa para anunciar a disputa que acontecerá no palco do “Domingo Legal”...  Doutor Chapatin deu o ar de sua graça com “O analista que deu pé”, de 1992, que estreou em 19 de janeiro de 1992 no SBT...  Frustrado com o baixo comparecimento de clientes em seu consultório, o médico decide trabalhar forte como psiquiatra para curar a insônia de Anabel Gutierrez, a própria... Falando em cura, um frase dita por Chapatin a sua enfermeira poderia muito bem ser usada pelo governo federal em sua defesa da cloroquina como tratamento da Covid-19... “As pessoas devem morrer com uma receita do médico”... Na sequência, Pancada – sem alusões aos presentes – vem com “Uma paixão muito esquisita”, de 1995, mostrado pela primeira vez no Brasil em 1997, pela CNT... O sobrinho do tio Berinjelo quer contrair matrimônio com uma viola e até apresenta a prima para seu amigo Lucas Pirado, no entanto ele é obrigado a se “associar” com outra viola, por tê-la engravidado... Ops!!!... Claro que Chaveco também foi apresentado com “Parabéns pra você, nesta data querido”, de 1993, que também estreou na televisão brasileira na CNT, em 4 de julho de 1997... No dia de seu aniversário, Chaveco ouve de todo mundo no hotel e na delegacia que não está passando bem, e Chimoltrúfia conta a ele que estão querendo matá-lo, embora apenas planejem uma festinha na lavanderia do hotel... Sim, é a mesma “storyline” do episódio do “Chaves” sobre o aniversário do Seu Madruga... Inclusive é a “sócia do botijão”, depois de fazer um discurso para o enterro de Chaveco, faz aquela dramática revelação... “Acontece que você não vai morrer... Vão te matar!!!”... Na hora do “Chaves” clássico, “O cavaleiro das mil encrencas”, de 1977, dublado e exibido desde 1984... Chaves brinca de cavaleiro que luta contra os “dagrões” e ao dispensar Chiquinha da brincadeira, dá com a cara na porta da casa de Seu Madruga, que vê a conversa e pensa que o menino está louco... Chiquinha e Quico acreditam que a loucura de Chaves chegou numa fase perigosa e tentam curá-lo jogando baldes de água, entretanto só conseguem molhar Dona Florinda e Professor Girafales... Que ao fazer as crianças pararem com os banhaços de água fria, despeja todo o conteúdo do balde no barril onde Chaves estava escondido... Entre os fãs, costuma ser apontado como um dos piores episódios da série... Que não entendem o trabalho forte no humor pastelão e tampouco lembram que o roteiro está repleto de frases memoráveis, como por exemplo...  “Outra vez o sabugo de milho!!!”... “Quem tem que tomar banho são os encardidos como o Seu Madruga, que é pulguento!!!”... “Não gostaria de entrar para tomar um banhaço de água fria???”... “Vocês imaginam que nessa altura, em pleno século XX, pode se curar um louquinho apenas jogando água???”... E nem covid-19 com água sanitária, digo... Para encerrar a exibição, “O defunto será maior”, de 1976, dublado em 1984 e mostrado normalmente pelo SBT desde então... Quico não quer jogar bola com Chaves para não sujar a roupa que vai usar na Festa da Boa Vizinhança... Quando Chaves diz que vai com a roupa velha, Chiquinha pensa pensa que o pai se “associará” com a Senhorita Clotilde... Na verdade, Seu Madruga preferia colocar o terno que herdou de seu tio Jacinto, porém Chiquinha pegou o cinto para brincar de dar cintadas em Chaves e Quico, fazendo ele brincar de ceroulas em pleno pátio da vila, revoltando Dona Florinda e fazendo a Bruxa do 71 chamá-lo de “louco descarado”...  Mais tarde, a emissora deixou de exibir o noticiário “SBT Brasil”, substituído pelo “Triturando”, ex-“Fofocalizando” apresentado no dia anterior, onde a mineira Ana Paula Renault comentava sobre a música de Alvarenga e Ranchinho que fala sobre São Paulo... O motivo da mudança seria o interesse do dono da emissora de não divulgar o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, liberado pelo STF... Pelo menos não de uma forma que desfavorecesse o presidente Jair Biroliro... Então é por isso que no domingo, entre uma reprise do programa “Eliana” e a reapresentação do “Roda a Roda Jequiti”,  foi ao ar um trecho da reunião em que o presidente estava “full pistola” porque impediram seu próprio irmão de entrar num açougue para comprar carne na região de Registro... Então quer dizer que para fazer um “revival” de “A Semana do Presidente” pode, né, Silvio???... Que até tentou compensar a demonstração de devoção ao Biroliro, reprisando em seu programa uma participação de Maísa Silva quando tinha seis anos de idade, em 2008 – era uma menina promissora, Stycer, digo - uma apresentação de mágica a cargo de Pyong Lee, aos 17 anos, em 2010 – que Jaiminho considera essencial para impulsionar sua carreira, sem mencionar o que aconteceu com a ajudante – e uma disputa do “Não Erre a Letra” com Bella Fiorentino, Celso Portilolli, Danilo Gentili, Eliana Michaelichen, Jean Paulo Campos e Patrícia Abravanel em 2014 – vide Silvio segurando o Cirilo de “Carrossel” e evitando sua transferência para a Record, que aconteceu pra valer quatro anos depois...  Certo, forçaram a barra um pouco, fazendo as colegas de trabalho invadirem o palco para beijarem Gentili, então recém-contratado plo SBT,  Eliana e Patrícia, mas, enfim... 

















































No sábado, SBT não exibiu noticíário "SBT Brasil" e colocou no lugar "Triturando" do dia anterior...


















































Então é por isso que domingo, entre "Eliana" e "Roda a Roda Jequiti", colocaram no ar o Bozo... Ops!!!...

segunda-feira, 25 de maio de 2020

O Homem que Abriu a Editora Hoje a Ponto de Fechar...

Claudio de Souza sugeriu a criação da revista  "Placar" a Abril em 1952 - e a revista foi para as bancas somente em 1970...

































































Em junho de 2018, a editora Abril anunciou que deixaria de publicar as histórias em quadrinhos de Valdisnei, o que fazia desde a sua fundação, em 1950... Dois meses depois, em agosto, a editora fundada por Victor Civita, um filho de italianos nascido nos Estados Unidos, entrou com um pedido de recuperação judicial, vide dívida de R$ 1,6 bilhão...  Ainda em 2018, no mês de dezembro, a empresa concordatária foi vendida pelos netos de Victor, Giancarlo e Victor Neto, ao grupo Cavalry, pertencente ao empresário Fábio Carvalho, por R$ 100 mil...  O valor dá uma ideia da situação financeira deplorável da Abril, que se agravou após a saída de cena em 2013 de Robert Civita, filho de Victor, que comandava a editora... A intenção, como em outras empresas em dificuldades financeiras adquiridas por Carvalho, era trabalhar forte em uma reestruturação (nesse caso, com uma injeção de capital de R$ 70 milhões...) e passar o negócio adiante, obtendo grandes lucros... Então é por isso que em 5 de dezembro do ano passado, a revista “Exame”, um dos principais títulos da editora, foi vendida em leilão por R$ 72,3 milhões ao Banco BTG Pactual – fundado pelo atual ministro da Economia, Paulo Guedes... A iniciativa, que faz parte de um plano de venda de Unidades Produtivas Isoladas (UPIs), recurso previsto pela Lei de Falências de 2005 para os casos de recuperação judicial, deve prosseguir com a venda da gráfica da Abril, na região da Marginal do Tietê...  Os direitos de publicação dos quadrinhos de Valdisnei eram o principal ativo que Civita trouxe para o Brasil quando fundou sua editora... Com alguma inspiração do irmão, Cesar Civita, que mantinha na Argentina a Editorial Abril e editava as publicações do estúdio estadunidense com exclusividade... No entanto, não foi “O Pato Donald”, lançado em 12 de julho de 1950, a primeira revista em quadrinhos da Abril... A primazia coube a um “fumetti” italiano chamado “Raio Vermelho” – distribuído por um “syndicate” argentino, outra sugestão do irmão de Victor - que chegou às bancas dois meses antes da revista do Pato Donald, conforme aponta Gonçalo Júnior em seus livros “A Guerra dos Gibis” – focado na vida do editor de quadrinhos carioca Adolfo Aizen – e “O Homem Abril” – que conta a história da editora por meio da trajetória de uma da figuras mais influentes dentro da empresa em seus primeiros 25 anos, Cláudio de Souza  - pai de Flávio de Souza, o próprio...  Que começou na Abril em fevereiro em 1951, como assessor pessoal de Civita... Exerceu várias funções na editora, quase sempre relacionadas a execução de novos projetos... A versatilidade era uma carcterística que o fundador da editora exigia de seus colaboradores, que chamava de “Homens-Abril” – de onde Gonçalo tirou o título do livro... Quanto a “Raio Vermelho”, a revista teve uma série de problemas, como a inadequação do formato e do estilo das histórias ao gosto do público brasileiro...  Saiu de circulação tão depressa, que nas palavras de Cláudio, “não dá para considerá-la pioneira com essa falta de carisma e de sucesso”...  “O Pato Donald” ia pelo mesmo caminho, quando Souza propôs uma serie de mudanças, implantadas a partir de março de 1952 – formato menor, periodicidade quinzenal ao invés de mensal, impressão em “offset”, balões arredondados no padrão estadunidense, substituindo os quadrados, reaproveitados da versão argentina... Em seguida, enquanto auxiliava no lançamento da primeira revista feminina da editora, “Capricho” – a própria - iniciou um novo projeto, “Mickey”, lançado em outubro, inspirado na revista italiana “Topolino”, em tamanho pequeno, 64 páginas (o dobro de “O Pato Donald”...)e, logo na estreia, a quadrinhização do desenho em longa-metragem “Cinderela”...  O trabalho com quadrinhos incluía a tarefa de batizar os personagens... Ou de fazer alguns ajustes, como no caso de Pateta, que devido ao aproveitamento do material argentino, era chamado de Dippy –  do seu primeiro nome nos Estados Unidos, Dippy Dawg... Da lavra de Cláudio, vieram João Bafo de Onça, Margarida, Huguinho, Zezinho e Luizinho...  Tio Patinhas foi criação do primeiro editor de “O Pato Donald”, o escritor Jerônimo Monteiro, inspirado no nome dado na Argentina ao tio de Donald, “Tio Patilludo” – literalmente “Tio com Costeletas”... Um colaborador de Souza, Alberto Maduar, contribuiu com Professor Pardal, Patacôncio, Clara de Ovos e  Rosinha – a “sócia” de Zé Carioca – e o nome do jornal “A Patada”, inspirado na denominação do mural da redação da própria Abril... Mancha Negra – sem alusões a torcidas presentes - veio de outro colega, Alvaro Figueiredo, que sugeriu a distribuição de figurinhas em envelopes colados nas capas das revistas, o que espantou a concorrência dos álbuns de outras editoras e reverteu uma queda nas vendas no inicio dos anos 1960... Mesma época em que Cláudio foi nomeado “publisher” das revistas infantis da Abril... Era o auge do movimento pelo aumento do conteúdo nacional na produção de histórias em quadrinhos, que ajudou a iniciar na década anterior...  E que custou o emprego de um de seus líderes, Maurício de Souza, na “Folha de S.Paulo”, e quase o levou a aderir à cooperativa de desenhistas criada no Rio Grande do Sul pelo governador Leonel Brizola, episódio que Gonçalo relatou em “A Guerra dos Gibis” e só foi abordado pelo próprio Maurício em sua biografia, lançada em 2017... Quanto a Cláudio de Souza, em 1961, recebeu um pedido  de Civita para  publicar “O Pato Donald” semanalmente... Para garantir o interesse do público, ele idealizou um esquema em que a revista dividiria a numeração com um novo título... Os números pares continuariam com o nome “Pato Donald” e os ímpares teriam encabeçando a capa o título “Zé Carioca”, personagem criado por Valdisnei em 1942, tendo pelo menos uma história sua no miolo... Como a produção estadunidense de “José Carioca” não ia além de adaptações dos filmes “Você já foi a Bahia???” e “Alô Amigos”, além de algumas poucas histórias, foi preciso recorrer aos capistas da Abril, Jorge Kato e Silvio Fukumoto, que logo contariam com a ajuda do desenhista Waldir Igaiara de Souza... Os primeiros quadrinhos eram traduções do material dos Estados Unidos... Em seguida, começaram a ser escritos roteiros nacionais, alguns a cargo do próprio Cláudio... Como as primeiras histórias deixaram a desejar, ele decidiu partir para a fase que chamou mais tarde de “Zé Fraude”... Ou seja, pegar histórias do Pato Donald ou do Mickey e substituí-los pelo Zé Carioca... Apesar da diferença evidente entre os traços do personagem e o do original estadunidense, e de muitas vezes ele contracenar com Huguinho, Zezinho e Luizinho ou Minnie, os leitores não perceberam nada... Souza, porém, conseguiu ampliar a equipe e a produção nacional de quadrinhos foi retomada, chegando ao apogeu em seu retorno à chefia do setor, na primeira metade dos anos 1970...





















Abril já foi boa nisso, principalmente na época em que publicava anualmente o seu respectivo Almanaque...





































































Durante a década de 1960, Cláudio de Souza foi “publisher” da revista “InTerValo”, coordenando seu lançamento, em 1963, indo em seguida para a direção da Distribuidora Nacional de Publicações (Dinap)... Pouco depois do lançamento da revista em quadrinhos que se tornaria a campeã de vendas em todo o Brasil, por mais de uma década, com tiragens acima de 500 mil exemplares – “Tio Patinhas”... Durante anos, revezou-se na liderança absoluta do mercado brasileiro com “Capricho”, pioneira em fotonovelas... Victor Civita mantinha com orgulho em sua mesa de trabalho uma reprodução da redoma em que Patinhas guardava sua moedinha número 1, presente dos filhos Robert e Richard...  Souza acreditou que o sucesso de Patinhas em relação a outros personagens de Valdisnei, como o Mickey e o próprio Zé Carioca, se devia ao fato de que “não tinha lá muitos escrúpulos, o que queria saber mesmo era do dinheiro, e viva como um aproveitador emérito”... Afora que o personagem criado por Carl Barks em 1947 era sobrinho do Pato Donald... Que caiu no gosto dos leitores brasileiros, de acordo com Cláudio, “por ser um tipo desastrado, explosivo, que sempre metia os pés pelas mãos e estava continuamente envolvido em confusão”... Depois da distribuição, Souza engajou-se no lançamento das coleções em fascículos – a primeira delas, “A Mais Bela Bíblia do Mundo”, saiu em maio de 1965 – e envolveu-se na implantação das revistas de informação “Realidade” e “Veja”... Na primeira, lançada em 1966, montou uma redação inteira para produzir um “número zero”, dispensada logo em seguida para a entrada da equipe que lançou de fato a revista, e cobriu a Copa do Mundo realizada na Inglaterra... Na segunda, que começou a circular em 1968, aprovou o nome sugerido por Civita, “Veja”, que era rejeitado pelo filho Robert, o qual acrescentou um “E Leia”, e para apoiar as atividades da redação comandada por Mino Carta, supervisionou a montagem do Departamento de Documentação (Dedoc), negociando a compra do acervo do jornalista esportivo Thomaz “Olimpicus” Mazzoni – que conhecia dos tempos em que colaborou e trabalhou em “A Gazeta Esportiva”... Fato que Gonçalo considera “valioso” para outro projeto que teve a participação de Cláudio, depois de coordenar a entrada da Abril no setor de livros didáticos... A implantação da revista esportiva que sugeriu a Victor Civita em 1952, no embalo da participação brasileira nos Jogos Olímpicos de Munique, vide futebol e o ouro de Adhemar Ferreira da Silva no atletismo... Além de elaborar um esboço da publicação, sugeriu seu nome – “Placar” – prontamente registrado por Civita... O dono da Abril, no entanto, avaliou que “a ideia era boa, o boneco é muito bom, mas ainda não estamos prontos para fazê-lo, falta-nos estrutura”... O projeto foi para a gaveta – literalmente, de acordo com o autor – e foi retomado 18 anos depois, quando a editora, por meio de Robert Civita, filho de Victor, aumentou seu arco de publicações, indo além dos quadrinhos e das revistas femininas, com títulos como “Quatro Rodas” e “Cláudia” e as já citadas “Realidade” e “Veja”... A intenção era aproveitar o entusiasmo pela Copa do Mundo que aconteceria  no México e com o lançamento da Loteria Esportiva pela Caixa Econômica Federal... Mais do que isso, Victor queria que “Placar” fosse o órgão oficial da nova loteria, fornecendo os volantes para apostas... Enquanto a ideia era posta de lado pela pressão dos concorrentes, Cláudio montou um grupo de trabalho para desenvolver a revista, chefiado pelo jornalista Paulo Patarra, e o proprietário da Abril produziu em sigilo uma moeda com a efígie do Edson (OG) para ser distribuída no primeiro número... A equipe formada por Souza tinha nomes respeitáveis – Dante Matiussi, Hamilton de Almeida Filho, Hedyl Valle Júnior, José Maria de Aquino, Lemyr Martins, Maurício Azêdo e Michel Laurence – e a revista “misturou inicialmente reportagens de dentro e fora do campo, com a cobertura dos jogos  e detalhes dos bastidores”, destinadas ao “mais democrático dos leitores”, pois, de acordo com Cláudio, “atingia todas as classes sociais e todos os bolsos, intelectuais, analfabetos, ricos, pobres, gente bonita e feia, todos os crentes e descrentes”... Nessa fase, ele destaca as entrevistas com Edson (OG) e João Saldanha, que pediu demissão do cargo de técnico da Seleção Brasileira três meses antes do Mundial, e a matéria em que o repórter Georges Bourdokan, em um “frila” para a revista, fingiu ser o representante de um clube marroquino, e conseguiu convencer os dirigentes do Peixinho a negociar vários jogadores da equipe...  Em 50 anos de existência, “Placar” nunca foi uma publicação muito rentável, apesar das várias tentativas de alavancar a circulação paga, a mais famosa acontecida em 1995... O que se deve a uma série de fatores, como a limitação do poder aquisitivo dos leitores da publicação e a desorganização do calendário do futebol brasileiro... Já nos primeiros números havia a dificuldade da revista, por imposição da gráfica da Abril, fechar no domingo, às 19 horas, justamente quando estavam terminando a maioria dos jogos da rodada... A publicação, no entanto, era impresa na segunda e distribuída na terça, o que fazia ela chegar “fria” às bancas... Sempre listada pelas consultorias internacionais que atuaram na editora para ser descontinuada, “Placar” foi repassada, junto com outros títulos, para a Editora Caras em meados de 2015...  Incluída num pacote em que predominavam revistas femininas e sobre o mundo artístico, a publicação esportiva foi incluída no lote devido a predileção por esportes do editor argentino Edgardo Martolio, fundador da revista “Caras” no Brasil, em 1993... Só que a vendagem não melhorou e em outubro de 2016, após os Jogos Olímpicos e Paralímpicos no Brasil, a revista foi devolvida para a Abril... No ano seguinte, “Placar” adotou um esquema de edições especiais que vem sendo seguido até hoje, com algumas modificações...  Quanto aos quadrinhos do Valdisnei,  que deixaram de sair pela Abril em junho de 2018, eles foram assumidos pela editora gaúcha culturama em dezembro... As primeiras revistas saíram em março do ano passado... A Panini Comics, que era a principal candidata a assumir os títulos do estúdio – e que se consolidou no Brasil a partir de uma associação com a Abril para produzir álbuns de figurinhas (a qual, segundo Cláudio, acabou tirando público dos gibis...) – do mesmo modo que incorporou títulos de outras produtoras (DC, Marvel, Maurício de Souza Produções...), anunciou em outubro do ano passado que retomaria a publicação das coleções do selo “Valdisnei de Luxo”, encadernadas com capa dura... O que aconteceu logo no mês seguinte, de olho nas compras de Natal do público “geek” de maior poder aquisitivo... 
























Cláudio de Souza foi responsável pela criação de um título muito cotado no mercado de gibis usados, o "Valdisnei Especial"...

























































































Em 1971, Souza volta a comandar o setor de publicações infanto-juvenis da Abril... No ano anterior, ele havia dado um parecer favorável à contratação de Maurício de Souza, que teve a revista “Mônica e Sua Turma” lançada no mês de maio... Sob o comando de Cláudio, a vendagem dos quadrinhos da Abril subiu de  1,4 milhões para 4 milhões de exemplares mensais...  Os personagens de Valdisnei eram os grandes impulsionadores dessas vendas, inaugurando uma fase que se estenderia até o final dos anos 1980 e receberia na editora o nome de “A Era Pato”... Se bem que... Nesse período, os patos ganharam reforços de peso, como as revistas com os personagens de Maurício de Souza (Mônica e Cebolinha) - com seu estúdio em plena ascensão - Marjorie Buell (Luluzinha e Bolinha) – descontinuados nos Estados Unidos, o que levou a produção de históricas nacionais - os astros dos desenhos animados da Warner Bros, Universal e da Hanna-Barbera – que ganhavam espaço na televisão, vide série “Heróis da TV” - e os super-heróis da DC e da Marvel – estes depois de uma passagem que o estúdio estadunidense considera lamentável pela Bloch Editores...  Nessa época,  o grande filão de público de quadrinhos eram pessoas entre 14 e 30 anos, principalmente “office-boys”, motoristas de caminhão e taxistas, trabalhadores que liam gibis na hora do almoço ou entre um serviço e outro...  Claro que os leitores mais novos eram atraídos por brindes, como álbuns de figurinhas, chaveiros e moedas com os personagens...  Inspirado no êxito do “Almanque Disney” e suas 128 páginas, Cláudio teve a ideia de criar uma publicação “3B”  - Boa, Bonita e Barata – a partir de material de arquivo... Foi assim que surgiu “Valdisnei Especial”, com 292 páginas, republicando histórias com edições temáticas – por exemplo, “Os Bandidos” - e conseguindo vender 200 mil exemplares nos primeiros meses mesmo com um preço de capa mais alto... Mais tarde, depois da saída de Souza, foram lançados o “Valdisnei Especial Reedição” e o “Valdisnei Especialíssimo” – este último vendido por reembolso postal e hoje disputado a tapa pelos colecionadores... Ao perceber que os quadrinhos importados dos Estados Unidos, Dinamarca e Itália não davam conta da demanda, Cláudio ampliou o setor de criação de quadrinhos fundado por Igaiara, tornando-o em três anos um departamento com 30 desenhistas e roteiristas, num total de 120 funcionários, além da “Escola de Talentos”, ou “Escolinha Valdisnei”, destinada à formação de novos profissionais...  Ao mesmo tempo, nomes  já conhecidos trabalhavam forte na produção de histórias nacionais – caso do desenhista  gaúcho Renato Canini e seus quadrinhos do Zé Carioca com personagens que só seguiam o padrão estadunidense por terem uma bolinha preta no nariz – e Souza partia para a criação de novos personagens e projetos...  Uma ilustração do Peninha vestido de Batman na versão italiana da “Enciclopédia Valdisnei”, da editora Fratelli Fabri, deu a ideia para a criação do Morcego Vermelho,  personagem desenvolvido pelo roteirista Ivan Saidenberg...  Para comemorar os 50 anos do primeiro filme produzido por Valdisnei, coordenou em 1973 a publicação “Cinquentenário Valdisnei”, com alguns dos primeiros quadrinhos do desenhista e produtor, além de textos sobre a origem dos personagens -  outro item raro que desperta a cobiça dos colecionadores...  A leitura das histórias com os sobrinhos do Pato Donald elaboradas por Carl Barks fez com que Cláudio sugerisse a Robert Civita a publicação de um “Manual do Escoteiro Mirim”, exatamente como o livro usado por Huguinho, Zezinho e Luizinho... Para sua surpresa, Richard mostrou um manual publicado pela editora Mondadori, na Itália, criado por Mario Gentilini, e deu o sinal verde para a produção de uma edição brasileira... Lançado em maio de 1971, o “Manual dos Escoteiros Mirins” vendeu mais de 500 mil exemplares, em três edições, nos sete anos seguintes... Empolgado com o sucesso do livro, Richard pediu a equipe de Cláudio a produção de novos manuais...  Foi daí que surgiu o “Manual do Tio Patinhas” – a revista do pato mais rico do mundo vendia mais do que “Veja” – que incluía uma réplica da moedinha número 1 de Patinhas, garantindo uma vendagem de 400 mil exemplares... Seguiram-se os manuais do Professor Pardal, do Mickey (outro campeão de vendas...), do Gastão, da Maga e Min, do Pateta (“Autorama”...) e do Peninha, que levou o pequeno Eduardo Bueno a ingressar no jornalismo, usando o nome do primo do Pato Donald... Ops!!!...  Não devemos esquecer do “Manual do Zé Carioca”, lançado às vésperas da Copa do Mundo de 1974, que se tornou uma obra de referência sobre a história do futebol,  que ganhou novas edições a cada Mundial até 1994, com outros nomes – “Manual da Copa do Mundo” e “Gol! Tudo Sobre a Copa do Mundo”... A experiência com os manuais Valdisnei foi tão marcante que quando Souza deixou a Abril publicou na Ideia Editorial, editora que fundou em 1975, o “Manual do Super Herói”, escrito em parceria com César Sandoval e Michio Yamashita, vide Capitão Meteoro... Os manuais também deixaram boas lembranças na Abril, que em fevereiro de 2016 anunciou que relançaria os livros em edições fac-similares, a começar pelo primeiro “Manual do Escoteiro Mirim”, que circulou em junho  – a reedição do “Manual do Tio Patinhas” contava até com uma cópia da moedinha número 1... A publicação das revistas de linha há muito tempo não era mais rentável para a editora, que concentrou seus esforços nos livros da coleção “Valdisnei de Luxo”, em volumes com capa dura...  O cronograma divulgado pela Abril previa o relançamento de 14 manuais – o último deles,  o “Manual do Zé Carioca”, reprodução do original de 1974, acrescido de um capítulo de atualização escrito pelo jornalista Celso Unzelte, o próprio, saiu em abril de 2018... Um mês depois, a editora cancelou as publicações da série “Valdisnei de Luxo” , e em junho, encerrou em definitivo o vínculo com a produtora estadunidense... Os manuais, bem como os títulos de luxo passaram a frequentar as pontas de estoque de livros já em agosto, durante a Bienal de São Paulo... A edição de 2005 do livro de Gonçalo – que segue com a trajetória dos quadrinhos da Abril até o fim do vínculo com a DC Comics, em 2002 - termina com um encarte colorido com a trajetória da editora... Que ainda era sediada num moderno prédio na região da Marginal Pinheiros e mantinha um grande número de publicações, entre revistas, livros, guias e obras de referência, como o “Almanaque Abril”... Ainda estavam lá as três revistas que Robert Civita imaginou como pilares da editora, espelhos nacionais dos títulos que conheceu nos Estados Unidos – “Veja” (baseada na “Time”), “Exame” (inspirada na “Fortune”) e “Playboy” (mesmo título da revista criada por Hugh Hefner em 1952)... Hoje, a Abril está no prédio ao lado da gráfica, na região da Marginal do Tietê – a sede em Pinheiros, foi desocupada em 2017, 20 anos depois de ter sido alugada à Previ, o fundo de pensão do Banco do Brasil...  “Playboy” deixou de ser publicada em dezembro de 2015, quando a Abril não renovou o contrato de licenciamento do nome da revista... “Exame” foi vendida pelos novos proprietários da editora para auxiliar no processo de reestruturação da empresa, em dezembro do ano passado... Resta “Veja” – sabe-se lá até quando... Nas descrições das revistas feitas por Gonçalo, destaca-se o perfil de “Superinteressante” e “Mundo Estranho”...  “Na primeira metade da década que iniciou o novo século, a Abril passou a fazer revistas de amenidades e curiosidades mais populares, como a série “Mundo Estranho”... “Superinteresante”, que nasceu com foco no ensino de ciências até o segundo grau, desviou de rota e passou a tratar temas mais sensacionalistas e oportunistas para alcançar outras faixas de públco dentro do que já fazia a concorrente Escala focada nas classes D e E”... Sendo que a “Mundo Estranho” foi descontinuada em agosto de 2018, junto com outras 14 revistas... O comentário é ilustrado pela capa de um especial da “Mundo Estranho” sobre os super-heróis da DC Comics e de uma edição da revista “Flashback”... Que de fato concorria com revistas de baixo preço de capa – a menção à editora Escala se deve ao fato que no período ela oferecia forte concorrência aos produtos da Abril vendidos em banca, principalmente com revistas femininas e sobre televisão - porém “Flashback”, um especial da “Mundo Estranho” mais voltada ao público “geek” de todas as classes sociais – aqueles que pudessem pagar por ela...























Fora da Abril, Cláudio de Souza realizou diversos projetos, dos quais o mais relevante foi o "Manual do Super Herói"...