Metrô de Miami, assim como o do Rio de Janeiro, possui duas linhas que dividem a mesma via em boa parte de sua extensão... |
(Publicado originalmente em 29/11/2019...) O fato das vias públicas das grandes cidades dos Estados Unidos serem pensadas para o automóvel não dispensa a necessidade de transporte público para a população não motorizada... Em Miami, os sistemas de ônibus, metrô e monotrilho são de responsabilidade de uma autoridade pública denominada Miami Dade Transit, cujo nome se refere ao condado onde a cidade está localizada... O sistema de ônibus, denominado Metrobus, possui 93 linhas, onde circulam 893 ônibus, com mais de 8.000 pontos de parada, Wikipédia... Todos os veículos contam com acessibilidade para cadeirantes e suporte para bicicletas na parte frontal... Os carros são das marcas Gillig, NABI, MCI Commuter e New Flyer, convencionais e articulados – ou seja, também tem “SoNoL” em Miami, digo... Assim como também há ônibus circulares gratuitos que circulam dentro dos distritos da cidade, em geral com carrocerias imitando os antigos bondes elétricos... Muitos são adesivados por fora – os anúncios mais comuns são os de planos de saúde e advogados... Os pontos de parada são bem sinalizados, com indicação das linhas que servem a cada um deles, todas com itinerários disponíveis no site da Miami-Dade Transit e de aplicativos como o Moovit ©... As linhas convencionais, por sua vez, cobram uma tarifa de 2,25 dólares (9 reais, Pancada... Ops!!!...), com direito a uma transferência no prazo de três horas... Também há integração com os modais sobre trilhos, inclusive o trem intercidades da Tri-Rail... Os coletivos não tem catraca e o motorista se encarrega de fazer a cobrança da passagem... A linha 120, Beach MAX, por exemplo, sai do Government Center, na região central da cidade, e percorre toda a região de Miami Beach, seguindo paralelamente às praias, separadas pelos edifícios, até chegar ao shopping center Aventura Mall... Cujo terminal de ônibus fica embaixo do estacionamento, como acontece na estação Santa Cruz do Metrô de São Paulo... A diferença é que o Shopping Metrô Santa Cruz não reduziu enormemente o tamanho do terminal, digo... Alis, uma das entradas do shopping fica bem em frente à saída do terminal de ônibus, garantindo um bom ponto de observação e registros para os adeptos do hobby... Para voltar ao Government Center, também há a opção da linha 119 Route S... A maior parte dos motoristas são amigos do internauta Pedro Henrique... Avós usam os carros para pegar suas netas na escola... No interior do ônibus, anúncios incentivam a doação de órgãos – Gugu Liberato começou assim digo – e mostram que o meio penny de impostos extras cobrado dos moradores do condado de Miami-Dade estão sendo revertidos em melhorias para o transporte público da cidade... Os avisos estão escritos não só apenas em inglês, mas também em espanhol e haitiano – vide “Rale Kòd La Pou Pwochen Estòp la”, indicando para puxar a cordinha a fim de parar o ônibus... É possível até ler um exemplar do jornal “El Nuevo Herald”, esquecido em um dos bancos... Ali os adeptos do astrólogo Olavo de Carvalho podem conferir o horóscopo produzido por Walter Mercado – Ligue djá!!!! – que apesar de ter rendido 13 pontos no Bolão Pé-na-Cova em 2 de novembro, deixou adiantas várias previsões astrológicas... Uma orientação tão importante quanto a da senhora loira e do homem oriental, que avisam aos rapazes hispânicos, um com camiseta dos Simpsons, que aquele ponto onde desceu muita gente não é o final... Isso porque cada parada do ônibus é anunciada por um sistema eletrônico de som, mas, enfim...
Sendo que a estação do Aeroporto Internacional de Miami fica de fato no interior do terminal aéreo... |
O ponto final da linha é o Government Center, na região Central de Miami... Bem em frente a uma estação do metrô – Metrorail – e do monotrilho – Metromover... No mezanino da estação, há uma bancada onde estão disponíveis folhetos com o itinerário de todas as linhas de ônibus da cidade – tudo bem que não tinha das linhas 119 e 120, que atendem a região de Miami Beach, mas a intenção é válida... No período noturno, as bilheterias do metrô já estão fechadas, porém é possível adquirir a passagem em máquinas de bilhetes – o passe um dia custa 5,95 dólares, o equivalente a 24 reais... No caso do monotrilho elas são desnecessárias, porque o serviço é gratuito, bastando ao passageiro passar pela porta automática no mezanino da estação do metrô e esperar pelos trens... Composições de um ou dois carros, sem condutor, que rodam sobre pneus, e possuem apenas assentos para portadores de necessidades especiais... A maioria dos passageiros vai em pé, segurando nos balaústres, Pancada... Existem três linhas, Omni Loop, que atende Downtown Miami (centro da cidade...), Inner Loop e Brickell Loop, que ligam o centro às regiões de Arts & Entertainment District, Brickell e Park West... Saindo de Government Center, o trem de um carro da Omni Loop – muitos são adesivados com publicidade – passa pelas estações Wilkie D. Ferguson Jr. – integrado a estação do trem da Brighline que vai para Fort Lauderdale – College North, College / Bayside, First Street, Bayfront Park, Knight Center e Miami Avenue até voltar a Government Center... A vista do vidro frontal do trem é excelente, pois a via está localizada bem em meio aos prédios... No período noturno é um cenário futurista para aproveitamento em filmes de ficção científica do tipo “Blade Runner”... Nas janelas laterais, além da baía, dá para apreciar ao longe o American Airlines Center, o Adrienne Arsht Center, o Museum Park e a Freedom Tower, convenientemente iluminadas à noite... As estações tem uma plataforma central, em que normalmente está posicionado um guarda de segurança, que também pode viajar nos trens... Terminada a viagem, quem estiver com tempo pode fazer o “test-drive” da Inner Loop e da Brickell Loop, porque muitas linhas de ônibus costuma encerram suas operações por volta das 21 horas, e não ter Uber © em Downtown Miami nesse horário é osso... Ops!!!...
De quebra, Miami possui um monotrilho que percorre a região central da cidade, passando por entre os prédios... |
O metrô de Miami tem duas linhas, a Green e a Orange... Assim como o sistema do Rio de Janeiro, as duas linhas – total de 36 quilômetros e 22 estações – compartilham a via em boa parte de sua extensão... A diferença é que no Rio, as estações da Zona Sul são relativamente próximas da praia – alguns quarteirões a pé, tem que andar, Pancada – enquanto em Miami, o sistema não atende a região de Miami Beach, obrigando o passageiro a desembarcar do metrô e pegar um ônibus caso queira por os pés na areia... A passagem de ida e volta custa 4,5 dólares, cerca de 18 reais, então é por isso que o bilhete (Easy Ticket) tem o slogan “Easy come, easy go” – vem fácil, vai fácil... Felizmente, a bilheteria da estação Government Center, na região central da cidade, aceita cartão de crédito, uma grande vantagem para quem o tem, e basta subir a escada rolante para alcançar a plataforma... Grande o suficiente para permitir registros dos trens... Que por serem de aço inoxidável e terem detalhes em azul e preto, lembram imediatamente os carros do Metrô de São Paulo... Da plataforma se pode ver os edifícios da Downtown Miami, inclusive o prédio construído pela tribo que condena os meninos – tribunal de menores... Ops!!!... O aeroporto de Miami é servido pelo Nortbound da linha Orange... O interior dos carros tem ar condicionado e assentos azuis de plástico, dispostos transversalmente... No primeiro carro, a cabine do operador – no caso, uma mulher negra – é translúcida, o que permite apreciar o panorama em frente... Pancada ficaria muito satisfeito ao ver que o trem não estava lotado e dava para sentar de boa... Ele só não entenderia o que os passageiros ao lado estavam falando porque a conversa não era devagar, em voz alta e em português, digo... Saindo da estação Government Center, o trem passa por Historic Overtown/Lyric Theatre. Culmer, Civic Center Station, Santa Clara, Allapatah Station e Earlington Heigths, até chegar a Miami International Airport Station... Pela janela, a paisagem tem vias expressas, subúrbios, hospitais e desmanches de automóveis tão grandes quanto os cemitérios... Pouco antes do aeroporto, o trem muda de via para fazer a viagem de volta... A estação do terminal aéreo, que de fato fica dentro do mesmo, possui uma arrojada cobertura curva, com entradas de ar... O aço inox predomina no mobiliário da estação, que tem avisos em inglês, espanhol e haitiano, da mesma forma que os ônibus... O trem da ida já se foi e a espera do próximo é um pouco longa... Pessoas comparecem com malas, uma moça negra aproveita a tomada no banco para carregar o celular e outro negro espera sentado com sua bicicleta do lado... Três loiras chegam com suas malas, uma oriental também... Um senhor de meia-idade acompanhado da filha quer saber se o trem vai voltar... Provavelmente, já que no bilhete está escrito “Round Trip” – ida e volta... Quando o trem chega, ele demora para desembarcar os passageiros que chegam... Ainda assim, o carro da frete saiu vazio, ocupado apenas por um negro de andador, que apareceu pouco antes da porta abrir... A viagem começa e pouco depois de Earlington Heigths embarca um homem careca, de barba a fazer, com mochila e bicicleta... Sentou-se no banco, deixou a bicicleta encostada e tirou da mochila um punhado de barras de chocolate e começou a vendê-las no trem, até descer em Santa Clara... O carro não lotou até Government Center... Ou o horário é de contra-fluxo ou como a linha 13 da CPTM, não se considerou a demanda de moradores das proximidades do aeroporto... Se bem que... Além do aeroporto estar fora do perímetro urbano de Miami, ele também é servido pelo trem da Tri-Rail...
Com passagem gratuita e carros com pouquíssimos bancos, três linhas do monotrilho apresentam grande demanda... |
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