sexta-feira, 8 de julho de 2016

Será que a Eurocopa chega ao final???...

Sem dúvida, essa foi uma equipe que trabalhou forte durante toda a realização da Eurocopa...

















































Neste domingo, França e Portugal decidem a Eurocopa no Stade de France, na região de Saint-Denis... Local que já teve uma suspeita de bomba antes do jogo inaugural da competição e um carro detonado pela polícia antes das quartas-de-final... Apesar do cargo de presidente da UEFA estar oficialmente vago desde o dia 6 de maio, quando Michel Platini, depois de não conseguir reverter uma punição imposta pela FIFA motivada por pagamentos irregulares feitos a ele pelo ex-presidente Joseph Blatter, renunciou ao posto, a entidade máxima do futebol europeu trabalhou forte para que sua principal competição de seleções não se transformasse em uma confusão generalizada... Ameaçou a Rússia de exclusão do torneio devido às brigas que seus “ultras” envolveram-se nas cidades-sede, vide Marselha... No caso da Inglaterra, também aconteceram tumultos, porém fizeram vista grossa, sinal de um leve receio de que as sanções influenciassem no resultado do referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeiia, digo... Por fim, a UEFA limitou a punição a incidentes dentro dos estádios e ingleses e russos acabaram excluídos na bola, estes na primeira fase, aqueles eliminados nas oitavas-de-final pela surpreendente Islândia... Em seguida, quem começou a aprontar foram os torcedores turcos e principalmente os croatas, vide sinalizadores e fogos de artifício lançados em campo...  Nada que algumas multas – uma fração muito pequena dos prêmios que as equipes receberam apenas para participar da Eurocopa – não pudessem contornar... A UEFA começou a implicar até com as invasões de torcedores portugueses nos gramados, sempre com a intenção de fazer uma “selfie” com o “Puto” Cristiano Ronaldo, e até com o hábito dos jogadores do País de Gales de levarem seus filhos pequenos para dentro de campo...  A própria França estava agitada por uma série de greves, inclusive no setor de transportes, vide trens e Air France, motivadas pelo projeto de reforma trabalhista do presidente socialista François Hollande, o que inclui uma flexibilização da jornada de trabalho que foi interpretada por industriais brasileiros, interessados em aplicar as medidas por aqui, como a revogação da Lei Áurea, digo... As manifestações contra a reforma mobilizaram muito mais gente do que as partidas da Eurocopa e Hollande se viu obrigado a aprovar as mudanças por decreto, passando por cima da Assembleia Nacional e jogando a bomba na mão do Senado...  Ah, sim, os franceses continuarão a trabalhar 35 horas semanais... 60 horas, apenas em circunstâncias excepcionais, assim como jornadas de 48 horas por semana e turnos de 12 horas, sem direito a folgas ou horas extras... De onde a Confederação Nacional da Indústria brasileira tirou 80 horas é de fato um mistério, Robson Braga... Apesar do pacote do governo francês incluir um auxílio a jovens desempregados (461 euros), há propostas que fariam os brasileiros se mobilizarem contra o Temer, digo, tais como acordos coletivos diferentes dos estabelecidos entre patrões e sindicatos, limite para utilização de celulares em serviço e facilidades para demissão de funcionários em empresas com menos de 300 funcionários...  Nada que não fuja daquela habitual socialização dos prejuízos a qual o capitalismo recorre sempre que a crise comparece...



















Um alegre clima de confraternização marcou o encontro entre os torcedores dos diversos países europeus...
















































Franceses e portugueses já se enfrentaram duas vezes na história da Eurocopa, em 1984 e 2000, sempre nas semifinais, com vitória da França na prorrogação e os Bleus partindo para a final, onde levantaram a taça... O jogo de 1984, realizado em Marselha – no estádio Velodrome, o próprio, é o mais traumático para os patrícios... Naquela ocasião, a situação de Portugal era muito parecida com a do País de Gales hoje... Primeira participação, após barrar a União Soviética nas eliminatórias, e o status de sensação do torneio, ao lado da Dinamarca, vide eliminação da Alemanha na primeira fase... O significativo contingente de imigrantes portugueses em terras francesas garantia um sólido apoio da torcida... Ainda que, no plano cultural, até hoje Portugal babe os ovos para a França... O jogo terminou 1 a 1 no tempo normal, porém aos 8 minutos do primeiro tempo da prorrogação, Rui Jordão colocou os portugueses em vantagem, vide lançamento de Fernando Chalana... Só que aos 9 minutos da segunda prorrogação, Domergue empatou e no penúltimo minuto, Michel Platini, o próprio, garantiu a vitória dos franceses... No ano 2000, em Bruxelas, a “geração de ouro” de Luis Figo, Nuno Gomes e Paulo Bento – atual técnico das Marias – saiu na frente com um gol do próprio Nuno, aos 19 minutos do primeiro tempo... Só que a França tinha também uma geração dourada, de Zidane, Trezeguet e Henry, que empatou aos 6 minutos da etapa final... Um minuto antes do fim do tempo regulamentar Abel Xavier cabeceou a bola com sua cabeleira loira, internauta Pedro Henrique, e Barthez realizou a defesa... Três minutos antes do fim da prorrogação, Abel preferiu tocar a bola com a mão dentro da área... Pênalti, convertido por Zidane... Como na ocasião valia a regra do “Golden Goal”, os franceses foram para a final, vide o atual técnico Didier Deschamps levantando a taça...  Da mesma forma que havia feito em 1998, no mesmo Stade de France da final da Eurocopa, sob os olhares satisfeitos do então presidente Jacques Chirac... A torcida de Chirac seria usada até na propaganda eleitoral brasileira como exemplo de liderança que está ao lado de seu povo em todas as ocasiões... Ops!!!... A festa era tanta que o presidente nem se importou de ficar lado a lado com o então presidente da FIFA, João Havelange, com quem havia se desentendido durante a escolha da sede dos Jogos Olímpicos de 1992, David Yallop... No processo, realizado em 1985, Chirac era prefeito de Paris – centrista, nos tempos do governo socialista de François Mitterrand, e defendia a candidatura de sua cidade... Só que Havelange já tinha fechado questão em torno de Barcelona, cidade do presidente do COI, Juan Antonio Samaranch, muitos anos antes... Quando a Espanha aceitou realizar a Copa do Mundo com 24 seleções, desde que o presidente da FIFA usasse de sua influência para eleger Samaranch e, posteriormente, levar os Jogos Olimpicos para a cidade espanhola da Catalunha... Derrotada Paris, Chirac ameaçou Havelange, dizendo que usaria toda a influência francesa sobre os países africanos para tirar o brasileiro da FIFA... Uma promessa não cumprida, porém de certa forma, a França de Chirac começaria a implodir o grupo que controlou a FIFA a partir de 1974 quando colocou Michel Platini presidindo o comitê organizador da Copa do Mundo de 1999... Depois do Mundial, Platini foi assessorar o novo presidente da FIFA Joseph  Blatter – sem contratos, só na base do acordo verbal – ganhando envergadura para conquistar a presidência da UEFA, em 2007, mas a aproximação com o Qatar, seguindo os passos do sucessor de Chirac, Nicolas Sarkozy,  vide escolha da sede da Copa de 2022, acabou provocando o rompimento entre Platini e Blatter... O francês, que era apontado como sucessor do suíço com as bênçãos do próprio, partiu para uma carreira solo, vide aumento do número de participantes da Eurocopa... Só que na esteira do “FIFAGate”, Platini acabou banido do futebol por oito anos – quatro, depois que o julgamento foi reformado pela Corte Arbitral do Esporte... Restou apoiar nos bastidores a eleição do secretário-geral da UEFA, Gianni Infantino... Aquele suíço careca que sempre comparece às reuniões e eventos da Conmebol, vide Copa América Centenário...  Para todos os efeitos, quem entregará ao campeão da Eurocopa deste ano a taça que o próprio Platini ergueu em 1984 será o vice-presidente da UEFA, o espanhol Angel Maria Villar...

















Até mesmo os trens pararam devido à onda de greves contra a mudança nas leis trabalhistas francesas...















































A poprósito, por falar na bicampeã Espanha, a boa campanha da Itália nesta Eurocopa, eliminando os espanhois no tempo normal e vendendo caro a derrota para a Alemanha nos pênaltis, levou ao surgimento de uma teoria... Chamada de “o hexa que não houve da Azzurra”... Quer dizer, se a Itália tivesse passado da primeira fase das Copas do Mundo realizadas na África do Sul e no Brasil, Espanha e Alemanha não teriam sido campeãs mundiais e a nação peninsular hoje ostentaria um inédito hexacampeonato... Em ambos os dois torneios, um simples empate no último jogo da primeira fase levaria os italianos para as oitavas-de-final, como segundos colocados... 















Quando o juiz apitar o final da grande decisão em Saint-Denis, a festa começa... Ou seria um tumulto???...

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