Quando finalmente viu um ônibus em Suzano, o doutor pensou que fosse merchandsing de uma marca de farinha.... |
No último domingo, o doutor Kenji compareceu a Suzano para um importante compromisso no shopping center da cidade... Conforme postamos anteriormente, a estação da Linha 11-Coral da CPTM fica entre Calmon Viana, em Poá, e Jundiapeba, em Mogi das Cruzes... É uma instalação provisória, pois a nova estação deve ser entregue apenas em janeiro do ano que vem... Até lá os passageiros precisam recorrer a improvisadas escadarias metálicas para chegar e sair da plataforma... Ou seguir pela passagem de nível, em um corredor estreito, bem em frente à estação nova... Quando ao doutor, ele foi ao shopping a pé... Disseram que a caminhada não era longa... Bastava seguir pela rua da estação, margeando um grande terreno baldio próximo à linha férrea – bem que poderiam ter feito o centro de compras ali – até a Avenida Armando de Salles Oliveira, na qual fica o shooping, alguns quarteirões adiante... É então que os internautas perguntam... Ele não poderia ter ido de ônibus???... O problema é que naquele começo de tarde de domingo, ônibus se constituíam em mercadoria rara nas ruas da cidade da Grande São Paulo... Seja os intermunicipais da CS Brasil – e pensar que o Doutor não conseguiu a biografia do patrono da empresa, Júlio Simões – ou os municipais da Radial... No que diz respeito a condução, seria mais fácil pedir carona a um dos caminhões que carregavam toras de eucalipto para a Companhia Suzano de Papel e Celulose...
A CBTU pode não operar mais a linha de subúrbios que passa pela cidade, mas os trens são os mesmos... |
Na internet, a rede de linhas de ônibus municipais de Suzano, operada pela empresa Radial – a mesma concessionária dos municípios de Ferraz de Vasconcelos e Poá – é excelente, com seus 17 itinerários... Há passe livre estudantil, inclusive, realização devidamente anunciada pela Prefeitura da cidade... Nas ruas, porém, foi difícil ver um dos ônibus brancos com quadradinhos em tons de azul... O próprio Doutor Kenji, quando percebeu a aproximação de um veículo com o letreiro “DONA BENTA”, pensou que se tratasse da propaganda daquela marca de farinha... Sequer pensou na vovó do Sítio do Pica-Pau Amarelo... Sim, o doutor não chegou a comparecer no terminal urbano da cidade, que fica do outro lado da linha do trem... E por ser domingo, a frota normalmente é reduzida... No entanto, notou que a frota municipal não tinha variação de modelos... Todos os ônibus que passavam eram Apache Vip II curtos... O que não estimula o hobby de fotografar ônibus da cidade, já que alguns motoristas apagam o letreiro e perguntam... “O que é que tá pegando???”... Para quem não tem paciência de esperar pelos carros da Radial, há as vans do transporte complementar... Também brancas, porém seus quadradinhos têm maior diversidade de cores... E aceitam o bilhete BOM ®... A princípio com maior tolerância à fotografias... O modelo predominante é a Sprinter da Mercedes-Benz, que faz as lotações se destacarem na paisagem da cidade... Menos do que o furgão do "Moraes Morangos", que garante oferecer a fruta - produzida no município vizinho de Poá - "de janeiro a janeiro"... E nem o Doutor Kenji conseguiu resistir ao fascínio das frutinhas vermelhas, como veremos mais adiante... Sendo que nosso colega de rede viu muita coisa interessante no comércio local, como fogões e sanduicheiras da Ana Maria Braga vendidos em saldões, mesmo com pequenas avarias, ou os manequins daquele comércio de móveis para escritório... Inclusive um modelo feminino, apenas da cintura para baixo, perfeito para demonstrar o caimento das calças da Sawary anunciadas pela Sabrolha Sato...
As vans do transporte complementar em Suzano se destacam pelos detalhes coloridos... |
O doutor percebeu que os japoneses e seus descendentes trabalham forte na região de Suzano... Logo no começo da avenida do shopping existe a “Fonte de Luz Veículos e Seguros”... Que vem a ser o nome da revista da Secho-No-Ie... A qual organizava um evento alguns quarteirões mais adiante, na associação nipo-brasileira da cidade... Aquela com o portal em estilo japonês, similar aos existentes no bairro da Liberdade, em São Paulo... Só faltaram os calendários com frases para reflexão... A associação ficava bem ao lado do vendedor de morangos... E Kenji aproveitou a oferta de quatro caixas a dez reais, mesmo que a embalagem plástica ofenda as frutinhas... Mais adiante, uma quitanda oferecia frango assado na “televisão de cachorro”, e “obentó”... A palavra usada no Japão para um tipo de marmitex, normalmente com arroz, salada, frango, peixe, camarão... São muito comuns na região de Tóquio, onde são vendidos a preços que variam de 500 a 1.000 ienes... Também tinha sushi, e esse o doutor levou com farofa, seu prato preferido... O nome do supermercado Maktub nada tem a ver com a cultura japonesa... Na verdade é uma expressão árabe que quer dizer “está escrito”... E que o estabelecimento comercial utiliza até para batizar uma marca de feijão... É aquilo... A verve do brasileiro se manifesta na hora de definir com que nome os feijões serão comercializados... Perto do shopping, Kenji encontrou a “Festas Matsuri”... Nome um tanto quanto redundante, pois “Matsuri” quer dizer festival... “Festas Festival” é estranho... Mais até do que o nome do feijão Ki-Caldo, oferta anunciada em uma faixa do D’Avó Hiper, que fica dentro do shopping... Lugar do famoso “pão abençoado”, receita que teria sido criada em Itaquaquecetuba... Que o doutor não comeu... E tampouco experimentou a comida do restaurante árabe na praça de alimentação que simplesmente não tinha nenhum prato árabe... Ao deixar o shopping center, Kenji viu uma placa de sinalização indicando o “Templo Nambei” – e Nambei é “América do Sul” em japonês, como demonstram os ônibus daquela empresa de fretamento – e o “Ribeirão Pires Magic City”... Se estivesse com tempo, valeria uma visita... Mas o doutor precisava voltar para a estação de Suzano – mais uma vez a pé – e retornar para São Paulo... Urgia guardar os morangos na geladeira de casa... Não sem antes fazer uma sensacional descoberta nos muros da estação... Removendo os cartazes de shows de pagode e forró, nosso colega de rede encontrou o logotipo da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em alto-relevo... Sendo que a empresa não atua mais em São Paulo desde a criação da CPTM, em 1992...O trem cinquentenário que conduziu nosso companheiro de web, porém, ainda é herança da CBTU...
Entretanto, quem de fato chama a atenção na cidade é o carro que oferece morangos "de janeiro à janeiro"... |
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