Curioso, o doutor queria saber... Se o Chaves é do SBT, por que a revista em quadrinhos saiu pela Editora Globo???...
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Planeta: Terra... Cidade: Tóquio... Como em todas as metrópoles deste planeta, Tóquio se acha hoje em desvantagem em sua luta contra o maior inimigo do homem: a poluição... E apesar dos esforços das autoridades de todo o mundo, pode chegar um dia em que a terra, o ar e as águas venham a se tornar letais para toda e qualquer forma de vida... Quem poderá intervir??? SPECTREMAN!!!... Os poluentes servem de matéria-prima para a criação dos monstros do Doutor Gori... Um homem-macaco fugido do planeta Epsilon, na região da constelação de Sagitário... Depois de usar seus conhecimentos de cientista para tentar usurpar o poder no planeta, Gori fugiu para a Terra com o auxílio do oficial do exército Karas... Para impedir que Gori e Karas dominem os terráqueos, os Dominantes do asteroide Nebula 71 enviaram ao nosso planeta o robô Spectreman... Capaz de voar, o androide é dotado de super-armas, tais como o Spectre-Flash, o Shuriken e os Spectre-Blades... Também pode se tornar gigante para destruir os monstros do Doutor Gori... No entanto, como essa crise que aí está afetando até os super-heróis, Spectreman teve de assumir... A forma humana e conseguir um emprego na Divisão de Pesquisa e Controle de Poluição... Para cumprir as ordens do chefe Kurata e andar por aí usando capacete com sirene enquanto não solicita... Que os Dominantes mandem um raio para se transformar no super-herói... Quando usa sua identidade secreta, ele é conhecido como doutor Kenji... Familiar, não???... A série tokusatsu criada por Tomio Sagisu – sob o pseudônimo de Souji Ushio - e lançada no Japão em 1971 com o nome de “Doutor Gori, O Macaco Espacial” serviria de exemplo de vida para um de nossos mais ilustres colegas de rede... Ainda que na versão original da série, o protagonista se chamasse Jooji Gamou... É que o internauta conheceu o programa por meio da dublagem brasileira... Que é uma tradução da versão lançada nos Estados Unidos... Aquela que agregou o famoso tema musical em inglês... No entanto, Kenji prefere a música-tema em japonês, que sabe cantar de cor... Agora, o que nosso companheiro de web não sabia é que iria encontrar uma parte da história de Spectreman no Brasil na exposição da vila do Chaves no Suzano Shopping... Pois naquela tarde domingo o doutor encontrou com ninguém menos que Eduardo Vetillo... O desenhista das histórias em quadrinhos brasileiras do herói japonês... Lançadas em 1983 pela editora Bloch... Apesar da série ser exibida pelo SBT, depois de estrear na Record em 1981... Que coisa, não... Vetillo era um dos desenhistas reunidos por Ely Barbosa – irmão do Benedito e durante muitos anos responsável por toda a parte publicitária e de identidade visual dos programas de Silvio Santos e do Baú da Felicidade, sem se esquecer dos famosos livrinhos de histórias infantis narradas em disco por Silvio – para produzir os gibis dos Trapalhões, lançados na década de 1970... Não custa lembrar que o quarteto de humoristas se transferiu em 1976 da Tupi para a Globo... E a emissora de televisão do grupo Bloch, a Manchete, entrou no ar em 1983...
Nosso colega de rede ressalta a importância das histórias do Spectreman produzidas pelo desenhista... |
Vetillo compareceu à exposição porque era o responsável pelo traço das histórias em quadrinhos do Chaves e do Chapolin... A versão brasileira, lançada em 1990 pela Editora Globo... Sim, os personagens que são a cara do SBT em uma publicação “global”... A editora venceu uma concorrência para editar os gibis, realizada pela empresa que detinha os direitos de licenciamento dos personagens de Roberto Gómez Bolaños no Brasil naquela época... A mesma que prometeu trazer o elenco da séries para shows no Brasil e ficou na promessa... Devemos ao braço editorial das Organizações Globo a popularização da grafia do nome do Polegar Vermelho com “M”... Um equívoco mais do que evidente... Até hoje, mesmo o internauta Chico Melancia em algumas ocasiões escreve “ChapoliM”... O desenhista distribuiu desenhos dos personagens do “Chaves” e também retratava os visitantes da exposição que passavam por sua mesa – localizada atrás da replica da vila – caracterizados como os personagens... Vide a garotinha vestida de Chiquinha, cuja mãe pedia para que ficasse olhando para o desenhista enquanto segurava um desenho da Dona Florinda... Perto da mesa, um “flipboard” exibia um desenho do Chaves feito por Vetillo... Quando desenhava o Nhonho para substituir o Chavinho, o doutor Kenji se apresentou... Imediatamente lembrou que o desenhista também se encarregava dos quadrinhos nacionais do Spectreman... E que seu nome era Kenji, igual ao da identidade secreta do herói... Vetillo não só confirmou que desenhava os gibis como disse que irá vender artes originais das histórias do herói em dois encontros de histórias em quadrinhos... Um em São Paulo e outro em Santos... Em seguida pediu para o doutor o acompanhar até sua mesa, para fazer um desenho... Do Spectreman, é claro... Vale lembrar que os mangás originais do Spectreman (nove volumes) eram desenhados pelo próprio Tomio Sagisu, que trabalhava forte sob o pseudônimo de Daiji Kazumine... No Brasil, o “alter ego” do super-herói se chamava Kenzo nos quadrinhos... Que na televisão era interpretado pelo ator Tetsuo Narikawa... Nas cenas em que Spectreman entrava em ação, a fantasia era vestida por Kouji Uenishi, ex-Ultraseven... Os “defeitos especiais” da série, que não escondiam suas sérias restrições orçamentárias nas maquetes e corpos dos monstros, estavam a cargo também de Tomio Sagisu... Apesar das limitações, Kenji podia se dar ao luxo de ser alertado pelos Dominantes em plena estação Shnjuku do Tokyo Metro... O lápis de Vetillo logo fez surgir no papel sulfite o rosto de Spectreman... Com as feições de Kenji... O internauta agradeceu ao desenhista e repetiu a saudação que Kenji (o da série...) fazia aos Dominantes quando era autorizado a se transformar em Spectreman, uma permissão que nem sempre era rápida... Porém sempre respondida com um “Às ordens!!!”... Sendo que a energia do robô podia se esgotar durante uma luta e Kenji era obrigado a dar um tempo na salvação do mundo para “recarregar as baterias”... Mais ou menos como acontece com os telefones celulares de hoje... Depois de encontrar Vetillo, a expectativa de nosso colega de rede é que o Suzano Shopping receba uma réplica da pedreira em que eram realizadas as cenas de luta entre heróis e monstros dos tokusatsus da Toei, principal concorrente da produtora de Spectreman, a P-Productions... De preferência com um cosplay da Anri, a personagem de “Jaspion” preferida do internauta Chico Melancia... Que promete cantar “O cara tossiu” na abertura da exposição, digo...
Notem que o desenho é dedicado a "Kenzo", nome do alter-ego do herói nos gibis publicados pela editora Bloch... |
O órfão mexicano e o super-herói japonês tem outro ponto em comum além do talento de Vetillo, que os levou para os quadrinhos... A dublagem das duas séries, realizada nos célebres estúdios da TVS, na região da Vila Guilherme, em São Paulo... Por duas empresas – seriam pessoas jurídicas - diferentes... A de “Spectreman”, entre 1981 e 1982, pela Com-Arte... A de “Chaves”, a partir de 1983, pela MAGA... Faltou só a Elenco, que dublava as novelas mexicanas... Muitos dubladores, porém, eram exatamente os mesmos... A voz do Doutor Gori, por exemplo, ficava a cargo de Carlos Seidl, o mesmo dublador do Seu Madruga... Só que até onde sabemos, ele nunca colocou máscara de macaco e peruca loira, a exemplo da caracterização de Madruguinha do show do Quico... A performance de Seidl no último dos 63 episódios da série, dublando as últimas palavras do Doutor Gori antes de se matar (Meu objetivo é a conquista!!!...), é excelente... Seu braço-direito, Karas, era dublado por Osmiro Campos, que em “Chaves” fazia a voz do Professor Girafales... Mario Vilela, o Senhor Barriga, dublava Ota... Marcelo Gastaldi, o Chaves, fazia a voz de Wada... Num episódio, até falou para tomar cuidado com as pedras... Não seriam aerólitos???... Sandra Mara Azevedo, primeira voz da Chiquinha, interpretava as falas de Chieko... Leda Figueró, uma das dubladoras da Paty, era Minnie... Cujos cabelos pintados de loiro serviriam de inspiração para Sabrolha Sato... Não, doutor... A dublagem da série do Batman é bem anterior... A original, feita pela AIC, estúdio pioneiro em São Paulo... Sim, aquela versão da “Feira da Fruta” é da mesma época, porém não entendemos o questionamento de Kenji... Tudo bem, as histórias de “Spectreman” também eram divididas em duas partes, exatamente como no caso das aventuras do “Morcegão”... “Um adversário à altura de um medonho bandido”, por exemplo, é a continuação de “O Coringa vai à escola”... É que quando ele caminhava de volta a estação de Suzano, viu passar pela rua um Batmóvel... Sim, o carro do Bátima, digo, do Batman... Na verdade uma versão genérica do carro usado pelo herói e por seu parceiro (Ops!!!...) Robin na série da década de 1960... Produzida na cidade vizinha de Poá... Como enfatizava a pessoa no banco do carona, ao pedir que o doutor colocasse a foto que fez do carro no Facebook ©... Uma vez postada na rede social – em um grupo estadunidense sobre a série – o veículo dividiu opiniões... Alguns internautas consideraram excelente e até se candidataram a dar uma volta... Outros, porém, consideraram o carro uma heresia e estranharam o excesso de Bat-Sinais... Sem contar que a versão poaense do veículo tem seis rodas... Onde já se viu um Batmóvel trucado, questionou o doutor... Melhor seguir a pé para a estação, já que é com pequenas atitudes que se garantirá a preservação dos recursos naturais do planeta...
Concluído o desenho, é hora de solicitar aos Dominantes a transformação em... SPECTREMAN!!!... |
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